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Israel mata 34 pessoas em Gaza às vésperas da reunião da ONU

Ataques israelenses na Cidade de Gaza mataram pelo menos 34 pessoas durante a noite de sábado, 20, incluindo crianças, segundo autoridades de saúde locais. Entre os mortos, 14 foram vítimas de um ataque que atingiu um quarteirão residencial na zona sul da cidade, incluindo um enfermeiro do Hospital Shifa, sua esposa e três filhos. As informações foram divulgadas pela Associated Press.

O Hospital Shifa, principal centro de atendimento da cidade, recebeu a maioria dos corpos, encaminhados para registro, identificação e preparação para sepultamento. Muitos eram civis atingidos em suas próprias casas, incluindo famílias inteiras. A ofensiva, iniciada nesta semana, torna ainda mais distante a possibilidade de um cessar-fogo.

O exército israelense afirma que a operação visa enfraquecer o Hamas e pressionar pela libertação de reféns, enquanto palestinos denunciam que civis são o principal alvo da ofensiva.

Reconhecimento internacional em debate

O momento coincide com movimentações diplomáticas em torno do reconhecimento do Estado palestino. Países como França, Canadá, Austrália, Malta, Bélgica, Luxemburgo e Brasil devem anunciar a decisão na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na segunda-feira, 22. Reino Unido e Portugal pretendem reconhecer oficialmente ainda neste domingo.

A perspectiva foi celebrada por grupos de paz em Israel. Mais de 60 organizações judaicas e árabes lançaram um manifesto pedindo o fim da guerra, a libertação dos reféns e a criação de um Estado palestino. “Nós nos recusamos a viver para sempre pela espada. A decisão da ONU oferece uma oportunidade histórica de passar de uma armadilha mortal para a vida”, afirmou a coalizão It’s Time em vídeo divulgado nas redes sociais. No mesmo dia, dezenas de milhares de israelenses foram às ruas para protestar contra a guerra e exigir negociações de reféns.

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A crise humanitária se aprofunda

Em quase dois anos de bombardeios, mais de 65 mil pessoas morreram em Gaza, com 165.697 feridos, segundo autoridades palestinas. A destruição deixou cerca de 90% da população deslocada e agravou a fome, especialmente na Cidade de Gaza.

Israel ordenou que centenas de milhares de palestinos se mudassem para o sul, em uma área definida como “zona humanitária”. Apesar da abertura temporária de corredores de evacuação, muitos resistem a deixar suas casas: alguns estão debilitados, outros não têm condições financeiras de se deslocar e muitos temem novos deslocamentos.

Ao longo da rota costeira de Wadi Gaza, famílias param para descansar, recuperar fôlego e dar uma pausa às crianças. Organizações humanitárias, por sua vez, alertam que forçar a evacuação de civis só agrava a grave crise humanitária.

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Papa Leão XIV critica “exílio forçado”

Da Praça de São Pedro, neste domingo, 21, o Papa Leão XIV chamou de “exílio forçado” a retirada em massa de palestinos e pediu o fim da violência. “Não há futuro para a martirizada Faixa de Gaza baseado na vingança”, disse o pontífice, destacando o trabalho das organizações católicas na assistência aos civis.

Enquanto isso, famílias de reféns ainda mantidos pelo Hamas acusaram o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu de colocar seus parentes em risco ao priorizar a ofensiva militar em vez de negociações de paz.

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