Produzida entre 1957 e 1975, a primeira geração de Kombi ficou conhecida principalmente pelo para-brisa dividido ao meio, que lembrava os olhos de uma coruja. Daí veio o apelido carinhoso de “corujinha”, modelo que entrou para a prateleira de carros da Volkswagen, que fizeram história no Brasil. Recentemente a nostalgia levou a um desafio impensável: transformá-la em flutuador. O pontoon, como é chamado este tipo de embarcação, tem 6,40 metros, capacidade para até 20 passageiros e motorização Mercury V6 de 200 hp. Possui visual retrô em verde claro, banheiro, churrasqueira, chuveiro externo, sistema de som e um tobogã que desemboca na água.
Destinado a navegar em rios e lagos, o veículo, digamos assim, já tem encomendas, inclusive para a Europa, mas o lançamento oficial será na São Paulo Boat Show, que abriu as portas, na última quinta-feira, 18, e vai até terça-feira, 23. “O primeiro modelo foi bem difícil de ser colocado em pé”, diz Rodrigo Brechigliare, sócio da Fluvimar, que se uniu a Procópelio Luxury Vehicles para construí-la. A Kombi sai por 1,2 milhões de reais. A mesma empresa também apresenta no evento um barco sustentável, movido a motor elétrico e energia solar (450 mil reais). “Somos o primeiro estaleiro a desenvolver um barco com placas solar”, diz Brechigliare, que fechou parceria com uma empresa de Itaipú, para viabilizar as placas de solares para abastecer as baterias.
Conhecida por trazer barcos luxuosos e potentes, a São Paulo Boat Show também mostra ao mercado, este ano, novidades inusitadas, que chamam atenção não apenas pelo formato, mas também eficiência em novas soluções. Por exemplo, a Aeroriver, nova startup, estreia no evento com um modelo que levou quatro anos de pesquisa para virar realidade. Trata-se de um barco em formato de avião, que sobrevoa rente aos rios, a uma altura que varia entre 2 metros e 5 metros, a uma velocidade de 150 km/h. Com 18 metros de comprimento, a aeronave terá autonomia de 550 km, capacidade para transportar dez passageiros e uma tonelada de carga.
O projeto dessa inovação decolou devido ao aporte de 10 milhões de reais da Finep, empresa pública de fomento à ciência, tecnologia e inovação, que enxergou no projeto uma saída logística para o transporte na Amazônia. “A região depende muito da locomoção aérea, que é muita cara, e da aquática, que demora muito”, explica Lucas Martins, diretor executivo da Aeroriver. A embarcação aérea diminui em um terço o tempo da viagem normal em flutuador.
Na feira, o público poderá ver apenas o protótipo do Volitan, nome oficial do barco voador, à venda por 48 milhões de reais. “Mais do que um salão de embarcações, o São Paulo Boat Show é um espaço que traduz tendências, revela inovações e aproxima o público de experiências únicas”, diz Thalita Vicentini, diretora do Grupo Náutica/Boat Show Eventos. A feira ainda reúne equipamentos que viraram febre no mercado náutico, com scooters aquáticas elétricas e inovações em jetsky, além de uma gama bem variada de barcos acessíveis, que custam a partir de 100 mil.