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Padilha é alvo de restrições mais severas do que as de cubanos e russos em viagem aos EUA

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recebeu nesta quinta-feira, 18, o visto dos Estados Unidos para acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, na semana que vem. Além da reunião de alto nível, Padilha também foi convidado a participar da conferência internacional da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O ministro, no entanto, sofrerá restrições piores dos que as enfrentadas por representantes de países como Cuba, Rússia e Síria.

Ele poderá circular apenas por uma área de até cinco quarteirões de onde estiver hospedado. Além disso, só poderá realizar trajetos entre o hotel, a sede da ONU e a instalações diplomáticas do Brasil associadas à entidade. Em contrapartida, enviados por Caracas, Moscou e Damasco podem transitar por um raio de 40 quilômetros no Columbus Circle, uma rotatória em Manhattan.

É em clima de tensão que Lula participará da Assembleia Geral na próxima terça-feira, 23. No dia seguinte, deve marcar presença na Cúpula do Clima, quando são anunciadas propostas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e para controlar os efeitos catastróficos do aquecimento global. Como representante brasileiro, ele fará um discurso de abertura, assim como fez em 2023 e 2024, no qual deve abordar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, no Pará, em novembro.

Em julho, Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros em retaliação à “caça às bruxas”, como definiu, ao ex-presidente Jair Bolsonaro, recém condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelo envolvimento na trama golpista. Na ocasião, o republicano também sancionou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, através da Lei Magnitsky, usada para punir estrangeiros acusados de violações graves de direitos humanos ou de corrupção em larga escala.

Além de Moraes, sete integrantes do STF tiveram os vistos americanos suspensos. Padilha, por sua vez, entrou com pedido de renovação do documento em 19 de agosto, dias depois de sua esposa e filha terem os vistos cancelados pelo governo de Donald Trump. A suspensão foi realizada porque “surgiram informações indicando” que as duas não eram mais elegíveis, informou um comunicado enviado pelo Consulado-Geral dos Estados Unidos em São Paulo à família.

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‘Nem aí’

A medida também mirou servidores federais que participaram do programa mais médicos, criado no mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2013. Entre eles, estão Mozart Julio Tabosa Sales, atual secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-Assessor de Relações Internacionais do Ministério da Saúde e ex-diretor de Relações Externas da Opas.

Em declaração, o secretário de Estado dos EUA a ação procurou punir pela “cumplicidade com o esquema de exportação de mão de obra do regime cubano, no âmbito do programa Mais Médicos”. Segundo a Casa Branca, os médicos teriam sido submetidos a condições de trabalho análogas à escravidão.

Padilha estava com o visto americano vencido desde o ano passado. Em meio ao aumento das tensões, o ministro disse a repórteres que não estava preocupado com a aprovação, ou não, do documento pelo governo dos EUA, justificando: “Esse negócio do visto é igual àquela música, ‘tô nem aí’. Vocês estão mais preocupados com o visto do que eu. Eu não ‘tô’ nem aí. Acho que só fica preocupado com o visto quem quer ir para os Estados Unidos. Eu não quero ir para os Estados Unidos”.

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“Só fica preocupado com o visto quem quer sair do Brasil, ou quem quer ir para lá fazer lobby de traição da pátria, como alguns estão fazendo. Não é meu interesse, está certo?”, acrescentou ele, em referência ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

 

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