Após acusações da Polônia e Romênia de violações de seus espaços aéreos por aeronaves da Rússia, fontes europeias e da Otan, a principal aliança militar ocidental, afirmaram à agência de notícias Reuters, nesta sexta-feira, 19, que o espaço aéreo da Estônia foi invadido por caças russos.
Mais cedo, ainda nesta sexta, a Estônia já havia anunciado o início de exercícios não planejados das Forças de Defesa para fortalecer sua capacidade de resposta contra invasões de seu espaço aéreo. A decisão foi tomada em resposta aos recentes incidentes com drones russos violando áreas de países próximos.
“Dezenas de drones que violaram recentemente o espaço aéreo polonês demonstram mais uma vez o impacto das ações militares da Rússia nos países vizinhos”, disse o Comandante das Forças de Defesa, Tenente-General Andrus Merilo.
À imprensa local, autoridades enfatizaram que, embora a Estônia atualmente não enfrente nenhuma ameaça direta à segurança, as repetidas violações evidenciam riscos crescentes que devem ser enfrentados proativamente — nas últimas semanas o país começou a construir grandes fortificações em sua fronteira leste, como parte de um esforço mais amplo para reforçar a linha de defesa da Báltico.
No sábado 13, a Romênia disse ter acionado jatos de combate após um drone russo entrar em território romeno durante um ataque da Rússia a alvos ucranianos perto da fronteira, segundo o Ministério da Defesa. Pilotos de caças F-16 teriam chegado perto de abater o drone enquanto ele voava muito baixo, antes de deixar o espaço aéreo nacional em direção à Ucrânia.
Pouco antes, na quarta-feira 10, a Força Aérea polonesa abateu drones dentro de seu espaço aéreo, o que representou a primeira vez em que um membro da Otan reagiu a uma operação da Rússia desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Mais de dez drones foram rastreados pelo comando operacional da Polônia, que disse ter neutralizado aqueles que representariam uma ameaça. Quatro drones foram destruídos, com o último sendo abatido às 6h45 no horário local (1h45 no horário de Brasília). Varsóvia acionou o artigo 4 do tratado da Otan, que permite reuniões urgentes quando um membro tem sua segurança ameaçada. O mecanismo foi usado somente sete vezes desde 1949, com o acionamento mais recente acontecendo em 2022, após a invasão russa ao Donbass.
