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Israel promete usar ‘força sem precedentes’ na Cidade de Gaza; 250 mil foram deslocados

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) declararam nesta sexta-feira, 19, que vão usar “força sem precedentes” na recém lançada operação terrestre na Cidade de Gaza, o maior aglomerado urbano do enclave. Os militares voltaram a exigir que habitantes locais deixem a área em direção ao sul, enquanto as Nações Unidas afirmam que mais de 250 mil pessoas já foram deslocadas.

Em uma publicação no X (ex-Twitter) dirigida aos moradores da Cidade de Gaza, o porta-voz em árabe do Exército israelense, Avichay Adraee, anunciou o fechamento de uma rota de fuga temporária, aberta 48 horas antes.

“A partir deste momento, a estrada Salah al-Din está fechada para viagens em direção ao sul. As IDF continuarão a operar com força sem precedentes contra o Hamas e outras organizações terroristas”, afirmou ele.

Agora, o único caminho aberto é pela rua Al-Rashid. Adraee instou que a população “aproveite esta oportunidade e se junte às centenas de milhares de moradores da cidade que se mudaram para o sul, para a área humanitária”.

“Ameaça mortal”

Muitos palestinos, porém, insistem que não há lugar seguro no enclave. Alguns entrevistados pela agência de notícias AFP disseram que preferem morrer em suas casas do que serem deslocados novamente.

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Falando do sul do enclave, Tess Ingram, da UNICEF, descreveu o deslocamento forçado em massa de famílias como uma “ameaça mortal para os mais vulneráveis”.

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“É desumano esperar que quase meio milhão de crianças, espancadas e traumatizadas por mais de 700 dias de conflito implacável, fujam de um inferno para acabar em outro”, insistiu.

Os habitantes da Cidade de Gaza estão sendo empurrados, juntamente com dezenas de milhares de outros palestinos, para “uma suposta zona humanitária” que abrange Al-Mawasi e áreas vizinhas, disse Ingram. Segundo ela, o destino dos deslocados é “um mar de tendas improvisadas, desespero humano” e serviços “insuficientes” para sustentar os que já vivem lá — que dirá mais gente.

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Ofensiva terrestre

Na terça-feira, Israel enviou tanques e blindados, controlados de forma remota e carregados de explosivos, às ruas da Cidade de Gaza, dando início à ofensiva terrestre. A decisão de seguir em frente com o plano de ocupar totalmente a região ocorreu apesar de críticas crescentes da comunidade internacional e das conclusões de uma comissão da ONU, que na terça-feira 16 afirmou que os atos israelenses em Gaza equivalem a “genocídio”. O Ministério das Relações Exteriores do país rejeitou o relatório da comissão, dizendo que o texto era “distorcido e falso”.

Ataques de artilharia, tanques e aviões de guerra continuaram a atingir a Cidade de Gaza na quinta-feira, enquanto autoridades das Nações Unidas afirmavam que “novas ondas de deslocamento em massa” estavam em andamento. Depois de cerca de 60 mil pessoas terem fugido do novo ataque nas últimas 72 horas, estima-se que 250 mil já tenham sido deslocadas no último mês.

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Oficiais militares israelenses sustentam que a Cidade de Gaza é um “reduto do Hamas”. O Exército afirmou esperar que a ofensiva atual leve “vários meses”, o primeiro passo do plano para assumir o controle do maior centro populacional do território. Os militares estimam que haja entre 2 mil e 3 mil combatentes terroristas no centro da cidade.

Muitas áreas do antes movimentado centro comercial e cultural foram reduzidas a ruínas inabitáveis. Até semanas atrás, mais de 1 milhão de pessoas viviam lá, a maior parte já deslocada inúmeras vezes de outras partes do enclave.

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