O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, declarou que Gaza pode se tornar uma “bonança imobiliária” após o fim da guerra. Em discurso no Urban Renewal Summit, em Tel Aviv, nesta quarta-feira, 17, o líder de extrema direita afirmou que Israel e Estados Unidos já discutem como dividir o território palestino.
“Pagamos muito caro por esta guerra, então precisamos compartilhar percentuais sobre as vendas de terras em Gaza”, disse Smotrich, acrescentando que haveria até um plano de negócios “sobre a mesa do presidente Donald Trump”. Segundo ele, Israel já teria concluído a “fase de demolição” e agora estaria pronto para “construir”.
Questionado pela emissora americana CNN, um porta-voz da Casa Branca afirmou que Trump apoia soluções para “ajudar os habitantes de Gaza na reconstrução”, mas ressaltou que isso só seria possível se o Hamas aceitar entregar as armas e abrir mão do controle do território.
As falas de Smotrich ecoam as do ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, que nesta semana falou em erguer um “bairro magnífico” para policiais israelenses em Gaza quando a operação militar for concluída.
Trump também já descreveu Gaza como uma “grande oportunidade imobiliária”. Em declarações anteriores, chegou a propor a expulsão de 2,1 milhões de palestinos para transformar a região em uma “Riviera” administrada pelos Estados Unidos.
Em fevereiro, o presidente publicou em sua rede social, a Truth Social, um vídeo com imagens geradas por inteligência artificial em que Gaza era retratada como um balneário de luxo, com estátuas douradas de si mesmo, Elon Musk comendo homus e líderes americanos e israelenses deitados em espreguiçadeiras. A proposta recebeu ampla condenação internacional.
Críticos afirmam que ideias como a de Smotrich e Trump equivalem a defender limpeza étnica em Gaza. A polêmica cresce em meio à escalada militar na região. Nesta quarta-feira, tanques israelenses cercaram a Cidade de Gaza, o maior aglomerado urbano da faixa, empurrando mais de 1 milhão de moradores para áreas superlotadas no sul do território, segundo testemunhas e imagens de satélite.
