Para a indústria brasileira, o desempenho de agosto foi o pior desde 2015, segundo a Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quinta-feira, 18. O resultado foge à tendência histórica de expansão durante o mês.
De acordo com o levantamento, o índice de evolução da produção caiu para 47,2 pontos, abaixo da linha divisória dos 50 pontos que separa crescimento de diminuição. Esse foi o resultado mais baixo para o mês em dez anos, desde que o indicador marcou 42,7 pontos em 2015.
A pesquisa também mostra que o número de empregados recuou, com índice de 48,4 pontos, o que aponta a diminuição das contratações entre julho e agosto. A queda destoa do desempenho recente, já que desde 2020 a indústria registrava alta no emprego no período, com exceção de 2023.
Na visão da CNI, a situação da indústria de já estava difícil, piorou.Os empresários relatam uma percepção de queda considerável da atividade em um mês em que tradicionalmente acontece o inverso”, diz Marcelo Azevedo, gerente de análise econômica da CNI. Ele também chama a atenção que os empresários indicaram queda do número de empregados, que usualmente demora a reagir diante de um cenário de dificuldades.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da Indústria caiu entre julho e agosto de 2025, de 71% para 70%. O percentual é menor ao observado em agosto de 2024 (72%), mas idêntico ao de agosto de 2023 (70%).
Já os estoques ficaram na mesma. O índice de evolução do nível de estoques ficou em 50 pontos, o segundo mês consecutivo sem variações relevantes. Já o indicador de estoque efetivo em relação ao planejado ficou em 49,8 pontos, próximo da neutralidade, o índice do mês revela que os estoques se encontram ajustados conforme o planejado pelos empresários industriais.