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Starmer aposta em investimento bilionário dos EUA para conter reação à visita de Trump

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou nesta quinta-feira, 18, um investimento de £ 150 bilhões (mais de R$ 1 trilhão) dos Estados Unidos no Reino Unido enquanto tenta aplacar a insatisfação da população, que foi às ruas para protestar contra o republicano na manifestação Stop Trump Coalition (Coalização Pare Trump, em português). Starmer afirmou que “com amigos como os EUA”, o Reino Unido poderia “ajudar a moldar o futuro para as gerações futuras e melhorar a vida das pessoas em todo o país”.

“Esses investimentos são uma prova da força econômica da Grã-Bretanha e um sinal ousado de que nosso país é aberto, ambicioso e pronto para liderar”, concluiu o premiê.

Dos valor total, £ 90 bilhões (cerca de R$ 646 bilhões) fazem parte de compromisso da empresa fundos de investimentos Blackstone de investir no Reino Unido na próxima década. O montante se soma aos £ 10 bilhões que a empresa já havia prometido através de um data center de inteligência artificial no início deste ano. Além disso, o pacote inclui £ 3,9 bilhões (R$ 28 bilhões) da empresa de investimentos Prologis e £ 1,5 bilhão (R$ 10 bilhões) da empresa de tecnologia Palantir.

O governo britânico estima que os aportes criarão 7.600 empregos de alta qualidade em setores como energia limpa e ciências biológicas. Em paralelo, também foram anunciados bilhões de libras de empresas de tecnologia americanas, como a Microsoft, que lançou um pacote de gastos de US$ 30 bilhões (cerca de R$ 159 bilhões), o maior fora dos EUA.

O acordo com os Estados Unidos, que deve ser finalizado nesta quinta durante uma reunião entre Starmer e Trump em Chequers, atraiu críticas de analistas. Eles alegam que a iniciativa faz pouco para apoiar a indústria de tecnologia nacional do Reino Unido em comparação aos benefícios que o governo britânico pode oferecer às empresas de tecnologia americanas em concessões de regulamentações e impostos.

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“Essas empresas precisam desses recursos de infraestrutura de qualquer maneira. Elas estão construindo data centers em todo o mundo. Talvez eles tenham se adiantado um pouco só para cumprir o cronograma da visita de Estado desta semana. Mas… é tudo mão única”, criticou Nick Clegg, ex-vice-primeiro-ministro britânico que ocupou um dos cargos mais importantes na Meta até o início deste ano.

“Só precisamos ser um pouco mais realistas sobre nossa situação e um pouco mais firmes sobre o que podemos fazer nós mesmos, em vez do que acho que estamos vendo com esse acordo de tecnologia entre os EUA e o Reino Unido, que é basicamente apenas um deslize do Vale do Silício”, acrescentou ele.

+ Milhares vão às ruas contra Trump durante visita de Estado ao Reino Unido; veja vídeos

Protestos em Londres

Milhares de pessoas saíram às ruas de Londres nesta quarta-feira, 17, em protesto contra a segunda visita de Estado de Trump, que inclui um luxuoso banquete em sua homenagem oferecido pelo rei Charles III e um encontro com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.

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A marcha organizada pela Stop Trump Coalition — aliança que inclui grupos que vão desde ativistas ambientais até grupos antirracistas e organizações pró-Palestina — terminou em frente ao Parlamento, onde a Polícia Metropolitana estimou a presença de cerca de 5 mil manifestantes. Para garantir a segurança na capital britânica, mais de 1.600 policiais foram mobilizados, incluindo 500 de outras regiões do Reino Unido.

Os participantes levaram pautas diversas, que iam da solidariedade à Palestina a campanhas contra o fascismo, carregando cartazes com frases como “Não ao racismo”, “Parem de armar Israel” e “Derrotem o trumpismo”. Alguns carregavam pequenas versões do “Trump bebê”, um balão inflável do líder americano usando fralda, uma marca de sua primeira visita ao país como presidente, em junho de 2019, no seu primeiro mandato. Máscaras com a inscrição “Trump fede” também circularam entre os manifestantes.

O ato contou com figuras conhecidas. O cantor inglês Billy Bragg se apresentou em um palco montado na Praça do Parlamento, que também recebeu discursos do ex-líder trabalhista Jeremy Corbyn, da deputada Zarah Sultana, do comediante Nish Kumar e do líder do Partido Verde, Zack Polanski.

Enquanto a multidão protestava em Londres, um grupo menor se reuniu em Windsor, onde Trump passou o dia com a família real antes de um suntuoso banquete de Estado em sua homenagem. Na noite de terça-feira 16, fotos antigas do presidente americano ao lado de Jeffrey Epstein, o financista condenado por um esquema de exploração sexual de garotas, muitas delas menores de idade, foram projetadas nos muros do Castelo de Windsor, episódio que terminou com a prisão de quatro homens.

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