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Arábia Saudita assina acordo de defesa com Paquistão e ganha proteção de bomba atômica

A Arábia Saudita e o Paquistão assinaram um pacto de defesa mútua nesta quarta-feira, 17. O tratado altera as configurações de segurança no Oriente Médio, uma vez que os paquistaneses controlam o maior exército do mundo islâmico e são a única nação muçulmana a ter bombas atômicas em seu arsenal.

“O acordo afirma que qualquer agressão contra um dos países é considerada uma agressão contra ambos”, disse um comunicado publicado pelo gabinete do primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif.

Em declaração à agência de notícias Reuters, um alto funcionário saudita confirmou que a aliança engloba o fornecimento de um guarda-chuva nuclear, como é conhecida a garantia de um estado com armas atômicas de defender um aliado que não as possui. “Este é um acordo defensivo abrangente, quem engloba todos os meios militares”, disse a fonte, que pediu anonimato para discutir o assunto sensível.

Até o momento, a única nação do Oriente Médio que possui armas nucleares é Israel. O país mantém uma política de ambiguidade sobre o tema, não confirmando e nem negando oficialmente a presença delas no arsenal. Com a parceria, a Arábia Saudita passaria a contar com a proteção de Islamabad, que cujo poder atômico vêm sendo utilizado como ferramenta de dissuasão contra o seu rival local, a Índia.

O acordo representa o ponto alto de uma relação antiga entre Riad e Islamabad. No X (ex-Twitter), o perfil oficial do Paquistão destacou que a parceria “se estende por quase oito décadas, baseadas nos laços de fraternidade e solidariedade islâmica” e que o tratado visa “desenvolver aspectos da cooperação em defesa entre os dois países e fortalecer a dissuasão conjunta contra qualquer agressão”.

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Essa não é a primeira parceria militar entre os países. Cerca de 2 mil soldados paquistaneses atuam na Arábia Saudita há anos, fornecendo treinamento ao exercito local e ajuda operacional e técnica. As duas nações também tem estreitas relações econômicas, com Riad tendo emprestado cerca de US$ 3 bilhões ao parceiro em 2021 para reforçar suas reservas cambiais. O prazo para pagamento já foi prorrogado três vezes.

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Tensão

A aliança militar acontece em um momento no qual os países árabes do Golfo Pérsico se tornam cada vez mais desconfiados da posição dos Estados Unidos como fiador da segurança local. A tensão na região se elevou após Israel desencadear um ataque surpresa contra altos funcionários do Catar na semana passada.

O episódio foi alvo de críticas de Washington, com a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmando que “bombardear unilateralmente território do Catar, uma nação soberana e aliada próxima, não avança os objetivos de Israel ou dos Estados Unidos”.

Aliadas notáveis dos EUA na região, as monarquias do Golfo estavam dispostas a normalizar suas relações com Irã e Israel, em uma tentativa de lídar com questões históricas de segurança. No entanto, a guerra em Gaza acabou com as esperanças dos líderes locais. As repercussões do conflito já resultaram em ataques diretos contra o Catar tanto por parte de Tel Aviv, quanto por parte de Teerã.

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