Em uma iniciativa pouco usada e bastante criticada por entusiastas do regimento interno, líderes do Centrão querem resgatar nas próximas horas, dentro do texto da PEC da Blindagem, a possibilidade de deputados e senadores votarem de forma secreta a autorização prévia para a abertura de processos contra parlamentares.
A previsão de votação secreta constava no relatório de Cláudio Cajado, mas um destaque do Novo foi aprovado na sessão de ontem e retirou esse ponto. Dos 308 votos necessários, apenas 296 foram computados para que o parecer de Cajado fosse preservado.
O resultado da votação foi comemorado por governistas e parlamentares do Novo, irritou a oposição e o Centrão e determinou a decisão de Hugo Motta de encerrar a sessão e deixar a análise de dois destaques para esta quarta-feira.
Nos bastidores, lideranças do Centrão reconhecem que esse revés representa uma desidratação da medida e faz com que o projeto “perca um pouco a razão de ser”.
Por isso, o Centrão se mobilizou e aposta na manobra de emplacar uma emenda aglutinativa que resgate a votação secreta para esses casos.
“Nós fizemos aqui a recomposição, com os líderes, dos votos que tivemos no plenário. Houve um insucesso em uma das votações por conta do horário […] não pudemos aprovar um dos destaques, mas acabei de apresentar uma emenda aglutinativa com dois destaques restantes”, explicou Cajado refutando que a manobra desrespeite o regimento.
“Já recebemos o apoiamento necessário, de mais de 257 assinaturas, e vamos agora apresentar ao plenário para que retomemos a discussão e possamos concluir a votação em segundo turno”, completou.
Governistas alegam que o tema já foi superado e que não poderia ser debatido novamente. Por isso, há a leitura de que, ainda que precedentes existam, a iniciativa não encontra respaldo no regimento interno.