Cerca de 1.600 turistas foram resgatados pelas autoridades do Peru até esta quarta-feira, 17, após terem ficado presos nas proximidades da cidadela inca de Machu Picchu. Isolados em decorrência de um protesto local, os visitantes foram buscados em uma estação de trem que leva à atração.
Até a última atualização, 900 visitantes seguem ilhados nos arredores das ruínas. A lista inclui brasileiros, franceses, alemães, japoneses, entre outras nacionalidades. De acordo com o representante da Defensoria do Povo do Peru, Óscar Luque, todos serão retirados do local até esta quarta, após uma trégua com os manifestantes.
Os protestos começaram na segunda-feira, 15, quando moradores da comunidade Qoriwayrachina usaram pedras e troncos para bloquear os trilhos dos trens que atendem à região. Pelo menos 2.300 visitantes ficaram retidos no local em decorrência das manifestações.
Organizado pela Frente de Defesa de Machu Picchu, o protesto tem como objetivo cobrar representatividade popular no processo de licitação da nova operadora de ônibus, que assumiria a gestão da empresa anterior após o fim de um contrato de 30 anos.
A polícia local desobstruiu temporariamente os trilhos na noite de terça-feira 16, conseguindo resgatar mais de 1.500 visitantes. No entanto, outros 900 continuam retidos no local. A operação gerou confrontos com manifestantes, que deixou catorze policiais feridos.
Segundo a ministra do Comércio peruana, Desilú León, os bloqueios causaram perdas que ultrapassam 2 milhões de novos sóis (aproximadamente R$ 3 milhões) por dia, afetando mais de 31 mil empresas na região de Cusco, incluindo hotéis, restaurantes, e demais empreendimentos dependentes do turismo.
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Maravilha
Considerada Patrimônio Mundial da Unesco e uma das sete novas maravilhas do mundo, Machu Picchu é uma antiga cidade inca datada do período pré-colombiano. Construída no século XV por ordem do Sapa Inca Pachacutec, a cidadela fica localizada a uma altitude de 2.500 metros.
De acordo com o Ministério do Turismo peruano, o local recebe cerca de 4.500 visitantes por dia. Para chegar até lá, turistas embarcam em um trem na cidade de Cusco, viajam 110 km até a estação de Águas Calientes e na sequência pegam um ônibus até a entrada de Machu Picchu.
O local é fundamental para a economia peruana, mas têm sido palco de protestos frequentes de moradores locais, que exigem reivindicações sociais. No final de semana, a organização internacional New7Wonders, responsável por escolher Machu Picchu como uma das sete novas maravilhas do mundo, enviou uma carta a Lima alertando que os conflitos podem afetar a credibilidade da atração caso sigam aumentando.
