O presidente nacional do PT, Edinho Silva, chamou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de “maior líder fascista do século XXI”, durante um evento de uma frente ampla progressista em São Paulo. O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, que dividiu o mesmo palco com o ex-prefeito de Araraquara, levantou a necessidade de disputar a composição do Congresso em 2026.
Os dois estiveram em meio a várias lideranças de esquerda e progressistas durante um evento da frente “Direitos Já”, em São Paulo, na noite desta segunda-feira, 15. O vice-presidente, Geraldo Alckmin, também participou do evento, mas chegou ao final. O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, circulou pelos bastidores antes de a solenidade começar.
“O fascismo está em ascensão no mundo e o fascismo está em ascensão no Brasil. Trump é o maior líder fascista do século XXI e nós não podemos ter o receio de fazer essa caracterização”, disse Edinho. “É hora de nós levantarmos as nossas vozes, de criarmos um ambiente de mobilização, para que a gente possa, vencendo o fascismo no Brasil, demonstrarmos ao mundo que é possível sim nós vencermos e não nos curvarmos às manifestações autoritárias e ao desrespeito que o governo Trump impõe ao mundo.”
Edinho foi eleito para a presidência do PT com amplo apoio da sigla e com a principal tarefa de trabalhar pela reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. A crise do tarifaço e o desgaste com o governo Trump trouxeram bons dividendos para a popularidade do governo federal e impulsionaram a aprovação dele nas pesquisas.
Luta pelo Senado
Além das falas contra a anistia dos condenados pelo 8 de Janeiro e pela trama golpista, um assunto que foi pincelado por várias figuras que falaram ao palanque foi a composição do Congresso em 2026. Lideranças da direita não escondem planos de ter a maioria do Senado nas próximas eleições para forçar o trâmite de pedidos de impeachment de ministros do Supremo — algo que, na teoria, tem algum respaldo, mas, na prática, é inviável.
“A luta é nossa. Mas nós temos que defender o presidente Lula, que representa o estado e o governo brasileiro, a democracia e a soberania, junto com o Supremo. E fazer o que nós dissemos aqui, mudar o Congresso Nacional em 26”, disse Dirceu.
O ex-presidente nacional do PSDB e ex-ministro, José Aníbal, foi mais explícito. “Os que foram derrotados agora do dia 11 (dia em que Bolsonaro e aliados foram condenados na trama golpista) já estão nas ruas fazendo campanha, até campanha para eleição de senadores, para que eles possam manipular o Senado da República e destituir ministros do Supremo Tribunal Federal. Eles querem liberdade para destruir poderes, quebrar, assaltar as Mesas da Câmara e do Senado e estimular essa violação, a traição nacional contra o Brasil. Para isso eles querem a democracia, aliás, liberdade.”