Uma nova pesquisa, baseada em dados de mais de 27 000 mulheres americanas, identificou que a terapia de reposição hormonal via oral, indicada a mulheres na menopausa, está associada a um aumento de duas a três vezes no risco de doenças cardiovasculares quando iniciada após os 70 anos.
O achado ajuda a trazer mais esclarecimentos e precisão na prescrição do tratamento, geralmente receitado para contenção de sintomas como ondas de calor e suores noturnos, bem como melhora da qualidade de vida.
Não é de hoje que se sabe que há uma janela de oportunidade para entrar com a reposição hormonal – e ela leva em conta a faixa etária da mulher, seu histórico familiar de doenças e os próprios diagnósticos que já carrega. Uma reportagem recente de VEJA examinou as evidências a respeito e resume as recomendações da medicina.
Agora, a análise envolvendo diversas universidades, inclusive fora dos Estados Unidos, avaliou o elo entre o uso de reposição hormonal oral e a saúde cardiovascular entre um grande grupo de mulheres dos 50 aos 79 anos que lançaram mão do tratamento, em algum momento, dos anos 1990 aos anos 2010.
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Não houve maior propensão a ataques cardíacos e outras complicações causadas pela obstrução das artérias entre pacientes de 50 a 59 anos ou que recorreram à terapia dentro dos dez anos da menopausa.
No entanto, houve certo grau de incerteza quanto às conclusões relativas a mulheres de 60 a 69 anos. O dado mais preocupante, porém, veio à tona quando se focou no grupo a partir dos 70 anos. Nele, foi confirmada maior probabilidade de eventos cardiovasculares com o uso da reposição de hormônios via oral.
“Os resultados corroboram as diretrizes atuais para o tratamento de sintomas vasomotores na menopausa [fogachos, por exemplo] entre mulheres de 50 a 59 anos, recomendam cautela ao iniciar a terapia entre 60 e 69 anos e maior cuidado entre aquelas com 70 anos ou mais”, disse ao portal médico americano MedPage Today o líder do estudo, Jacques Rossouw.
As constatações da pesquisa, publicada em um periódico da Associação Médica Americana, reforçam a necessidade de se passar por uma avaliação e orientação médica a fim de delinear o melhor plano terapêutico diante de manifestações da menopausa. Isso deve levar em consideração a faixa etária da mulher, bem como seu histórico clínico e familiar. Tudo em prol da segurança e da melhor eficácia da reposição.