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EUA e China fecham ‘estrutura’ de acordo que evitará proibição do TikTok para americanos

Durante a quarta e mais recente rodada de negociações entre delegações de Washington e Pequim para solucionar a guerra comercial entre as duas potências, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou que os países concordaram com a estrutura de um acordo para a venda do TikTok, da chinesa Bytedance, a uma empresa americana. Essa foi estabelecida pela Casa Branca como condição para evitar que o aplicativo seja banido, afirmando que a plataforma digital representa uma ameaça à segurança nacional.

Bessent declarou ainda, enquanto autoridades de ambas nações se reuniam em Madri, que o presidente Donald Trump e o líder chinês, Xi Jinping, devem se encontrar nesta sexta-feira, 19, para aprovar o acordo. De acordo com o secretário do Tesouro, o negócio envolve “duas partes privadas” e vai transferir a propriedade do aplicativo a uma empresa americana.

Bessent e Jamieson Greer, Representante Comercial dos Estados Unidos, lideram as negociações em nome de Washington, e He Lifeng, vice-primeiro-ministro de política econômica, representa a China.

De acordo com o prazo estabelecido por Trump, o governo tinha até esta quarta-feira, 17, para definir se aplicava ou adiava uma lei que exige que o TikTok seja separado de sua proprietária chinesa, sob pena de ser banido nos Estados Unidos. Bessent afirmou que Pequim tinha feito “pedidos muito agressivos” em relação à rede social ao iniciar as negociações na manhã desta segunda-feira.

O presidente já adiou a aplicação da lei três vezes. O Congresso aprovou a legislação com apoio bipartidário no ano passado para proibir o TikTok no país, a menos que fosse vendida, devido a preocupações de que os laços do aplicativo com a China o tornassem uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos.

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As negociações duraram mais de seis horas no domingo e cerca de cinco horas na segunda-feira. Bessent planeja se juntar a Trump durante sua visita de Estado a Londres na quarta-feira.

Negociações comerciais

Autoridades de países mundo afora têm se esforçado para fechar acordos comerciais com os Estados Unidos desde abril, quando Trump impôs as chamadas “tarifas recíprocas” a praticamente todos os seus parceiros comerciais. As negociações com a China têm sido mais complicadas. O presidente americano taxou em 145% as importações chinesas em abril, essencialmente interrompendo o comércio entre as duas potências, antes de reduzir essa taxa para 30% mediante uma trégua comercial assinada em seguida. A China, por sua vez, reduziu suas alíquotas retaliatórias sobre produtos americanos de mais de 120% para 10%.

O acordo de trégua, porém, expira em novembro. Bessent afirmou que americanos e chineses continuarão a negociar depois de Madri, mantendo conversas “em cerca de um mês em um local diferente”.

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As tarifas impostas por Trump aumentaram a pressão sobre a inflação americana, que permanece elevada. Espera-se que o banco central do país, o Federal Reserve (Fed), corte as taxas de juros esta semana — medida que visa estimular o crescimento econômico, mas que também pode acelerar a inflação.

Em uma crescente escalada de tensões entre Washington e Pequim, o Departamento de Comércio americano anunciou na sexta-feira que adicionou empresas chinesas que fabricam chips a uma lista negra comercial. Nesta segunda-feira, uma investigação preliminar do regulador chinês acusou a Nvidia, principal fabricante de chips de IA, de violar a lei antitruste do país. Espera-se que isso coloque pressão adicional sobre as negociações.

A busca da China por vantagem

As duas maiores economias do mundo têm discutido novas reduções tarifárias e as restrições da China às exportações de minerais de terras raras e ímãs para os Estados Unidos, ambos essenciais à indústria tecnológica. O governo Trump também está preocupado com o fato da China ter parado de comprar produtos agrícolas americanos, ameaçando a subsistência de produtores de soja nacionais.

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A última rodada de negociações ocorreu logo após Xi reunir líderes de mais de vinte países na China no mês passado, em uma demonstração dos esforços de Pequim para reformular a ordem mundial sem os Estados Unidos no centro. As táticas agressivas de Trump nas negociações comerciais criaram um atrito com aliados como a Índia, que tornou-se alvo de pesadas tarifas, criando uma oportunidade para o governo chinês buscar um relacionamento mais próximo com Nova Délhi.

A China conta com o aumento do comércio com outros países para compensar a forte queda nas exportações para os Estados Unidos (-15% desde janeiro). Seu comércio com o Sudeste Asiático, África e outras regiões está crescendo e deve ultrapassar neste ano o superávit comercial do ano passado, que bateu o recorde histórico com quase US$ 1 trilhão. Ainda assim, há sinais de que a economia doméstica chinesa sente o impacto da guerra comercial. Dados divulgados na segunda-feira revelaram que as vendas no varejo e a produção industrial no país desaceleraram em agosto, atingindo suas menores taxas de crescimento até agora neste ano.

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