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EUA voltam a ameaçar proibição do TikTok se China mantiver exigências comerciais

Os Estados Unidos ameaçaram seguir em frente com a proibição do aplicativo chinês TikTok caso Pequim não abandone algumas de suas principais posições nas tratativas comerciais com o país, como a exigência por tarifas mais baixas de Washington e as restrições de exportações de minerais essenciais para a indústria tecnológica americana. As informações foram divulgadas pela agência de notícias Reuters nesta segunda-feira, 15, com base em comentários de uma alta autoridade americana com conhecimento das negociações.

Os Estados Unidos podem banir o TikTok do país a partir desta quarta-feira, 17, caso o app não seja vendido pela proprietária chinesa Bytedance a uma empresa americana. De acordo com a Casa Branca, a plataforma de vídeos curtos representa uma ameaça à segurança nacional, uma vez que informações sobre usuários poderiam ser compartilhadas com o governo chinês. A Bytedance negou as acusações, mas a ameaça de proibição segue de pé.

Negociações

A questão da venda do TikTok faz parte da quarta e mais recente rodada de negociações mais amplas entre as delegações de Washington e Pequim sobre tarifas, política econômica e guerra comercial, que começou no domingo 14, em Madri. De acordo com a autoridade americana consultada pela Reuters afirmou que os chineses chegaram à capital espanhola com um “mal-entendido fundamental sobre a posição dos Estados Unidos em relação ao TikTok”.

Em declarações anteriores, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, e o Representante Comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, afirmaram que a China queria concessões nas áreas de comércio e tecnologia em troca de vender a plataforma digital a uma empresa americana.

“Nossos colegas chineses fizeram um pedido muito agressivo. Não estamos dispostos a sacrificar a segurança nacional por um aplicativo”, disse Bessent.

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As negociações em Madri ocorrem ao passo que Washington exige que seus aliados imponham tarifas sobre as importações da China em punição às compras de petróleo russo pela nação asiática. Nesta segunda-feira, Pequim classificou esses esforços como uma tentativa de coerção.

“Este é um ato típico de intimidação unilateral e coerção econômica, uma grave violação do consenso alcançado pelos chefes de Estado chinês e americano em sua conversa telefônica, e pode impactar severamente o comércio global, bem como a estabilidade das cadeias industriais e de suprimentos”, disse um porta-voz do Ministério do Comércio da China em uma coletiva de imprensa em Pequim.

Detalhes técnicos

Bessent afirmou que as delegações fizeram progresso nos detalhes técnicos e que a extensão do prazo para a venda do TikTok dependerá do andamento das negociações nesta segunda-feira. Greer, por sua vez, destacou que Pequim ainda vê como parte integral do potencial acordo envolvendo a rede social “uma variedade de questões, sejam tarifárias ou outras medidas tomadas ao longo dos anos”.

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O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, disse que ainda não tinha novas informações sobre as tratativas e que o governo declarou sua posição sobre o TikTok “repetidamente”. Analistas avaliam que a relutância em se desfazer do popular app está conectada com a possibilidade de que isso abra caminho para mais vendas forçadas de empresas chinesas no Ocidente no futuro.

Aumentando ainda mais a tensão, o regulador de mercado da China afirmou nesta segunda-feira que uma investigação preliminar sobre a Nvidia concluiu que a gigante americana dos chips violou a lei antimonopólio do país. A investigação é vista como uma retaliação às restrições impostas por Washington ao setor chinês de semicondutores.

Guerra comercial

Desde maio, delegações lideradas por Bessent e pelo vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, vêm se reunindo em cidades europeias para tentar resolver as divergências que levaram o presidente americano, Donald Trump, a aumentar as tarifas sobre importações chinesas e desencadearam medidas de retaliação, incluindo taxas igualmente elevadas por parte da China sobre produtos americanos e a interrupção do fluxo de minerais de terras raras para os Estados Unidos.

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Em casa, o governo Trump enfrenta um possível revés devido a uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos que pode derrubar as tarifas americanas sobre produtos chineses. O desfecho do caso é esperado para o início de 2026.

As delegações se encontraram pela última vez em Estocolmo, em julho, onde concordaram em estender por 90 dias uma trégua que reduziu drasticamente as tarifas de três dígitos sobre produtos de ambos os lados da guerra comercial e reiniciou as exportações de minerais críticos da China para os Estados Unidos.

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