Sem lutar por mais de um ano, desde sua vitória nas Olimpíadas de Paris, a boxeadora Imane Khelif, 26 anos, voltou a aparecer na mídia, mas desta vez para se manifestar contra a nova regra imposta pela World Boxing, que exige teste cromossômico dos lutadores. No ano passado, a atleta foi alvo de notícias falsas: devido à sua aparência “masculina”, não demorou para pipocarem rumores de que ela era uma mulher trans – apesar das especulações serem errôneas, Khelif já foi reprovada no exame de gênero.
Nascida em Tiaret, cidade no noroeste da Argélia, antes de sair vitoriosa em Paris, ela chegou nas quartas de final em Tóquio 2020, mas perdeu para a irlandesa Kellie Harrington. Em 2022, conquistou o Mundial de Boxe e se tornou a primeira lutadora de seu país a chegar à final. No entanto, antes mesmo de estar no centro da polêmica olímpica, foi excluída do Mundial Feminino de Boxe em 2023, poucas horas antes da disputa pela medalha de ouro. A decisão foi feita pela Federação Internacional da modalidade (IBA), alegando que ela “não atendia aos critérios de elegibilidade”.
Em junho, Khelif iria participar do torneio de Eindhoven, no entanto, devido à nova norma da Corte Arbitral do Esporte (CAS), não pôde competir. Agora pede a anulação da decisão do World Boxing, que a proíbe de lutar até fazer o teste que comprove sua “feminilidade”.