O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), sinalizou a aliados que não pretende se manifestar sobre o pedido apresentado pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS) para afastar o senador Rogério Marinho (PL-RN) da CPMI do INSS. A pessoas próximas, Alcolumbre afirmou que esse tema é da alçada da CPMI e contou que, até agora, não tratou do assunto com ninguém, nem mesmo com parlamentares petistas.
O pedido de afastamento do líder da oposição no Senado foi apresentado à cúpula da CPMI no dia em que os integrantes do colegiado ouviram o depoimento do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT).
Autor do requerimento, Paulo Pimenta argumentou que Marinho não pode compor uma comissão instalada para investigar fraudes bilionárias nas aposentadorias dos idosos por ter sido ministro da Previdência durante o governo Bolsonaro, período que faz parte do escopo da comissão.
Ao aprovar o plano de trabalho do colegiado, a cúpula da comissão decidiu que vai apurar todas as denúncias relacionadas aos descontos ilegais nas aposentadorias a partir de 2015.
“O senador Rogério Marinho não pode ser, ao mesmo tempo, investigado e investigador. Sua participação nesta CPMI compromete a credibilidade dos trabalhos e a isenção das análises que estamos fazendo”, disse Paulo Pimenta. “É preciso garantir que a comissão atue com total transparência e imparcialidade diante de um dos maiores esquemas de fraudes contra o INSS já registrados”, complementou.
O presidente do colegiado, Carlos Viana (Podemos-MG), rejeitou o pedido de Pimenta. O petista, porém, comunicou à cúpula da CPMI que irá recorrer da decisão a Davi Alcolumbre.
Rogério Marinho, por sua vez, rebateu o petista. Ele acusou o governo Lula de tentar excluí-lo da comissão por motivos políticos. O senador é uma das principais membros da tropa de choque da oposição no colegiado. A estratégia do grupo tem sido relacionar o esquema de desvios no INSS ao governo Lula, cujo irmão, Frei Chico, é vice-presidente de uma das entidades citadas nas investigações da Polícia Federal (PF).