O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira, 12, que o responsável pelos disparos que mataram seu ferrenho apoiador, o ativista conservador Charlie Kirk, foi encontrado. “Com alto grau de certeza o temos preso”, disse ele em entrevista à emissora americana Fox News.
O FBI e o Departamento de Justiça, que comandam as investigações junto às autoridades de Utah, onde ocorreu o crime, não confirmaram a informação por ora.
Na entrevista, Trump afirmou que um ministro, membro da força policial, reconheceu o atirador e havia se comunicado com o pai do suspeito, e que a pessoa foi convencida a se entregar às autoridades.
“Eles têm alguém (sob custódia) que acreditam ter cometido o crime”, acrescentou o mandatário. Embora tenha alertado que as informações são preliminares, disse que esta era “a pessoa que estávamos procurando”. Ele defendeu que o atirador “pegue a pena de morte”.
Uma autoridade policial confirmou os detalhes das declarações do presidente ao jornal americano The New York Times, acrescentando que um homem havia sido detido às 23h locais na quinta-feira (2h00 de sexta-feira em Brasília) pela polícia estadual e local de Utah. A fonte, que pediu anonimato para discutir detalhes da investigação, disse que as autoridades federais não estavam divulgando o nome da pessoa porque ainda estavam buscando pistas e executando mandados de busca.
Durante a entrevista com Trump, a Fox News anunciou que o diretor do FBI, Kash Patel, fará uma coletiva de imprensa às 9h (10h) e que o atirador está “preso, vivo e entregue por amigos e familiares”.
A aparente captura ocorreu depois de duas pessoas serem detidas na quarta-feira, dia do ataque, mas posteriormente liberadas após as autoridades determinarem que não estavam envolvidas no incidente. Na quinta-feira, o FBI divulgou imagens de vídeo e fotos do suspeito, visto em um telhado de onde teriam sido disparados os tiros, e pediram ajuda ao público para encontrar o homem. A agência ofereceu uma recompensa de até US$ 100 mil por informações que levassem à prisão do atirador.
O ataque marcou um dos episódios mais graves do atual ciclo de violência política nos Estados Unidos, o mais intenso desde a década de 1970. Desde a invasão do Capitólio por apoiadores de Trump, em 6 de janeiro de 2021, a agência de notícias Reuters documentou mais de 300 atos violentos com motivação política, vindos de diferentes espectros ideológicos.
O próprio Trump sobreviveu a duas tentativas de assassinato no ano passado — uma delas deixou um ferimento superficial em sua orelha durante um ato de campanha, e outra foi frustrada por agentes federais dois meses depois.
O presidente, quando questionado pela Fox News sobre como “consertar o país” após o assassinato de Kirk, diz que “não se importa nem um pouco” com a polarização.
“Os radicais da direita muitas vezes são radicais porque não querem ver crime. Eles não querem ver crime, estão preocupados com a fronteira”, disse Trump. “Os radicais da esquerda é que são o problema, e eles são cruéis, horríveis e politicamente astutos.”
O ocupante da Casa Branca, bem como seus aliados, estabeleceram que um “esquerdista radical lunático” foi responsável pelo ataque. O FBI, porém, ainda não estabeleceu o motivo por trás do ocorrido, nem identificou qualquer tipo de inclinação política do suspeito.
Kirk, pai de duas crianças pequenas, era uma figura central para muitos no movimento MAGA (“Make America Great Again“) e, nos últimos anos, havia se tornado uma das principais vozes jovens na direita dos Estados Unidos. O vice-presidente americano, J.D. Vance, atribuiu a ele um papel decisivo na vitória de Trump nas eleições presidenciais de 2024 e na escolha de integrantes do novo governo.
Na ocasião de sua morte, ele participava de um evento em que respondia perguntas e desafiava opositores a debater sobre temas polarizantes, como violência com armas de fogo e questões raciais. Cerca de 3 mil pessoas estavam presentes.