O atirador que matou o ativista conservador Charlie Kirk segue foragido nesta sexta-feira, 12, mesmo após investigadores divulgarem na internet uma série de fotos e vídeos do homem apontado como o principal suspeito do crime. O ataque a tiros ocorreu na quarta-feira, quando Kirk, um ferrenho apoiador do presidente Donald Trump, que nos últimos anos havia se tornado uma das principais vozes jovens na direita dos Estados Unidos, foi baleado enquanto discursava em evento na Universidade do Vale de Utah, em Orem.
Trump afirmou que as autoridades estavam avançando nas buscas pelo assassino, que usou um rifle de alta potência, segundo o FBI, para disparar uma única vez contra o ativista de 31 anos, atingindo-lhe no pescoço. Autor e apresentador de podcast, Kirk ficou famoso por mobilizar o voto jovem conservador e contribuir para o retorno do republicano à Casa Branca. Na ocasião de sua morte, ele participava de um evento em que respondia perguntas e desafiava opositores a debater sobre temas polarizadores, como violência com armas de fogo e questões raciais. Cerca de 3 mil pessoas estavam presentes.
Imagens exibidas em uma coletiva de imprensa na noite de quinta-feira 11 mostraram um homem caminhando pelo telhado do prédio de onde partiram os disparos, descendo em seguida para o chão e abandonando o campus. Do outro lado da rua, ele entrou em uma área arborizada, onde a polícia encontrou a arma que teria sido usado no ataque. Identificado como um rifle de ferrolho, diferentemente dos rifles semiautomáticos, comuns em massacres, ele exige que cada cartucho seja manualmente introduzido na câmara, com o giro do mecanismo. Apesar da cadência mais lenta, são considerados mais precisos em longas distâncias, quando basta um único disparo fatal.
O comissário de Segurança Pública de Utah, Beau Mason, informou que foram encontradas digitais e manchas que poderão ser usadas para coleta de DNA. “Há também uma pegada que indica claramente que o suspeito usava tênis Converse”, acrescentou.
O governador de Utah, Spencer Cox, em coletiva com o diretor do FBI, Kash Patel, e outras autoridades, pediu a ajuda da população para identificar o jovem magro, que em fotos foi capturado usando um boné escuro e óculos de sol. A agência ofereceu uma recompensa de US$ 100 mil por informações que levem à prisão do assassino de Kirk.
“Não podemos fazer nosso trabalho sem a colaboração do público neste momento”, disse Cox. “Até agora, recebemos mais de 7 mil pistas e informações. O FBI não recebia tantas contribuições digitais desde o atentado da Maratona de Boston, em 2013.”
The FBI continues to work alongside our law enforcement partners to seek justice in the murder of Charlie Kirk at Utah Valley University on September 10, 2025. We are releasing additional photos of a person of interest. Information about this developing investigation can be found… pic.twitter.com/woZacCxYgE
— FBI Salt Lake City (@FBISaltLakeCity) September 12, 2025
O ataque marcou um dos episódios mais graves do atual ciclo de violência política nos Estados Unidos, o mais intenso desde a década de 1970. Desde a invasão do Capitólio por apoiadores de Trump, em 6 de janeiro de 2021, a agência de notícias Reuters documentou mais de 300 atos violentos com motivação política, vindos de diferentes espectros ideológicos.
O próprio Trump sobreviveu a duas tentativas de assassinato no ano passado — uma delas deixou um ferimento superficial em sua orelha durante um ato de campanha, e outra foi frustrada por agentes federais dois meses depois.
Kirk, pai de duas crianças pequenas, era uma figura central para muitos no movimento MAGA (“Make America Great Again“). O vice-presidente americano, J.D. Vance, atribuiu a ele um papel decisivo na vitória de Trump nas eleições presidenciais de 2024 e na escolha de integrantes do novo governo. Vance cancelou uma viagem a Nova York e foi a Utah encontrar a família do ativista, acompanhando-os de volta à sua casa no Arizona, junto com o corpo, a bordo do Air Force Two, o avião presidencial.
Trump anunciou que concederá a Kirk a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta honraria civil dos Estados Unidos.
“Charlie Kirk foi uma grande pessoa, um grande homem — admirável em todos os sentidos, especialmente junto aos jovens”, disse o presidente a repórteres. “As investigações estão avançando muito para encontrar o assassino de Charlie Kirk. Esperamos capturá-lo em breve e lidar com ele de forma adequada”, concluiu.
