Ministra do Planejamento, Simone Tebet conquistou o setor produtivo na noite desta quinta-feira, 11, em jantar na casa do empresário Sérgio Zimerman, dono da Petz-Cobasi, em São Paulo. “Ela é fera”, confidenciou um executivo graúdo atento as considerações da ministra. “O quarto Poder não tem que ser o tal mercado, mas o setor produtivo, que emprega”, disse durante provocação de empresários sobre a reforma tributária e administrativa, temas de primeira ordem ao país. “A dominância do mercado, muito imediatista, me incomoda”.
Para retomar trajetória de crescimento consistente na economia, a ministra admitiu dificuldades. “O Brasil ainda é um país do agronegócio. Vamos ter que desconstruir tudo para reconstruir, não é algo simples”, disse. Segundo ela, a janela de oportunidades está próxima: “A partir de 2027, com um presidente eleito ou reeleito, teremos oportunidade de avançar em pautas importantes, como a reforma tributária. Temos que eleger o próximo presidente e dar condições de governabilidade a ele”.
Para Tebet, a reforma administrativa, nas mãos do deputado federal Pedro Paulo (MDB-RJ), relator do projeto, é promissora como ponto de virada no país. “Ele é muito fiscalista e às vezes pesa a mão, mas tem boa vontade com o governo e é aberto ao diálogo”, disse.
O projeto, desenhado pela ministra da Gestão Esther Dweck, procura resolver a questão dos supersalários e unificar digitalmente as plataformas do governo, “mas tudo isso pode mudar amanhã”. “O setor produtivo precisa estar presente no Congresso para análise e sugestões da reforma administrativa. Se vocês, empresários, não estiverem presentes, outros estarão. E vão piorar o texto”, pediu.
Luiza Helena e Fred Trajano (Magalu), Alê Costa (Cacau Show) e Rafael Sales (Alos) estavam entre os convidados. O jantar contou com cerca de 200 pessoas. Executivos de bancos, empreiteiras e advogados também marcaram presença. Só gente grande — e Tebet, que ensaia uma candidatura ao Senado por São Paulo no ano que vem, deixou boa impressão.