O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), criticou a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pelos crimes de golpe de Estado e tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito.
O aliado e presidenciável afirmou lamentar “profundamente” a decisão que, segundo ele, foi antecipada e não garantiu o direito de defesa a Bolsonaro. Caiado também criticou o fato de o julgamento ter ocorrido na Primeira Turma da Corte, e não no Pleno.
“Essa condenação já havia sido, de certa forma, antecipada: primeiro, quando lhe foi negado o direito de se defender publicamente; depois, quando até o seu direito de ir e vir foi restringido”, declarou o governador, acrescentando que, no Pleno, todos os ministros poderiam se manifestar e as “diferentes interpretações sobre o caso seriam devidamente debatidas, e não apenas em uma turma com cinco ministros”.
O pré-candidato à Presidência pelo União também reafirmou sua defesa à anistia a todos os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 como questão de “pacificação nacional”.
“A decisão do Supremo não encerra esse debate, tampouco a polarização extrema que divide o país. Fui o primeiro a me posicionar e reitero: se tiver a oportunidade de chegar à Presidência da República, assinarei a anistia assim que tomar posse”, declarou no comunicado divulgado na noite desta quinta, 11.
“Somente dessa forma poderemos alcançar a paz necessária para construir um governo de conciliação, com foco no futuro, dedicado a enfrentar os problemas reais dos brasileiros e a promover o verdadeiro progresso para nossa gente”, prosseguiu.
Ao lado dos também presidenciáveis Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Romeu Zema (Novo), Caiado declarou recentemente que um dos três vencerá a eleição presidencial de 2026.
Leia a íntegra:
Mais uma vez, lamento profundamente a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Digo “mais uma vez” porque essa condenação já havia sido, de certa forma, antecipada: primeiro, quando lhe foi negado o direito de se defender publicamente; depois, quando até o seu direito de ir e vir foi restringido. Entendo que o julgamento deveria ter ocorrido no Pleno do Supremo, onde a totalidade da Corte poderia se manifestar e as diferentes interpretações sobre o caso seriam devidamente debatidas — e não apenas em uma turma com cinco ministros.
Reafirmo, contudo, minha defesa da anistia a todos os condenados em razão dos acontecimentos de 8 de janeiro. Por uma questão de pacificação nacional. A decisão do Supremo não encerra esse debate, tampouco a polarização extrema que divide o país. Fui o primeiro a me posicionar e reitero: se tiver a oportunidade de chegar à Presidência da República, assinarei a anistia assim que tomar posse. Somente dessa forma poderemos alcançar a paz necessária para construir um governo de conciliação, com foco no futuro, dedicado a enfrentar os problemas reais dos brasileiros e a promover o verdadeiro progresso para nossa gente.
Ronaldo Caiado
Governador de Goiás