A polícia do Capitólio dos Estados Unidos respondeu nesta quinta-feira, 11, a uma ameaça de bomba ao Comitê Nacional Democrata (DNC), que já foi descartada. O alerta ocorreu um dia após a morte do ativista conservador Charlie Kirk, um aliado do presidente Donald Trump, por um atirador em uma universidade em Utah, no centro-oeste do país. Republicanos, incluindo Trump, atribuíram culpa pelo assassinato a democratas e à “esquerda radical” — uma acusação, até o momento, sem fundamento.
“Esta tarde, houve uma ameaça de bomba à sede do DNC que foi considerada inacreditável pela Polícia do Capitólio dos EUA”, disse um porta-voz do DNC em comunicado.
“Por excesso de cautela, a Polícia do Capitólio está realizando uma varredura interna do prédio. Como disse o presidente do Comitê Nacional Democrata, Ken Martin , a violência política, em qualquer forma, não tem lugar em nosso país”, continuou o porta-voz. “Somos gratos à Polícia do Capitólio dos EUA e à segurança do prédio do Comitê Nacional Democrata por responderem com rapidez e profissionalismo.”
A ameaça de bomba a principal órgão do Partido Democrata foi notificada por volta de 14h (horário de Brasília). A sede e edifícios próximos foram verificados, mas nenhum dispositivo foi encontrado. Várias faculdades historicamente negras também relataram que foram intimidadas nesta quinta, reflexo do clima de tensão nos EUA. Como consequência, a Universidade Hampton, a Universidade Estadual da Virgínia, a Universidade Bethune-Cookman, a Universidade do Sul e a Universidade Estadual do Alabama estão todas em confinamento.
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Morte de Kirk
Kirk foi assassinado nesta quarta-feira, 10, enquanto respondia a perguntas sobre violência armada em uma universidade em Utah, no centro-oeste do país. Segundo a instituição, Kirk foi atingido cerca de 20 minutos após iniciar seu discurso em um evento da Turning Point USA, organização cofundada por ele que defende políticas conservadoras em escolas e universidades.
O ativista foi retirado do local por sua equipe de segurança. A porta-voz da universidade, Ellen Treanor, afirmou que o atirador estava no Losee Center, um prédio a cerca de 180 metros de distância de onde estava seu alvo. Pelo menos 1.000 pessoas estavam presentes no evento na Universidade Utah Valley no momento do ataque, segundo Trotter.
O campus foi fechado após o ataque e as aulas foram canceladas até novo aviso. Vídeos postados online mostram pessoas fugindo do evento após o disparo de um tiro. Uma gravação parece mostrar a cabeça de Kirk sendo jogada para trás e sangue escorrendo de seu pescoço.
Tanto democratas e quanto republicanos rapidamente condenaram o tiroteio com postagens nas redes sociais e pronunciamentos no Congresso. Em uma publicação, o democrata Gavin Newsom, governador da Califórnia, chamou a violência de “repugnante, vil e repreensível”. Trump ordenou que as bandeiras americanas fossem baixadas a meio mastro até a noite de domingo em homenagem ao aliado.
Charlie Kirk era um dos mais proeminentes ativistas pró-Trump e personalidades da mídia conservadora nos Estados Unidos. Ao longo da última década, ele conquistou milhões de seguidores nas redes e teve papel central na mobilização de eleitores jovens em apoio a Trump, especialmente durante a última campanha presidencial. Embora não fizesse parte do governo, sua influência na Casa Branca era considerável. Desde a eleição de novembro, ele ajudou a avaliar possíveis indicados, testando sua lealdade ao presidente.
Seus eventos em campi universitários costumam atrair grandes multidões e chamar atenção da mídia. Sua aparição nesta quarta em Utah foi a primeira parada da turnê “American Comeback”, ou “retorno americano”, em tradução livre, organizada pela Turning Point.