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O duelo de versões sobre anistia em meio ao julgamento de Bolsonaro

Horas após o relator Alexandre de Moraes e o ministro Flávio Dino, do STF, entregarem votos a favor da condenação de Jair Bolsonaro e de outros sete réus da ação penal da trama golpista, parlamentares da oposição e da base aliada passaram a duelar nos bastidores sobre o efeito do julgamento na apreciação do PL da Anistia.

Apesar do dia ruim para o clã bolsonarista, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, buscava criar um fato político e falava aos quatro ventos que o presidente da Câmara, Hugo Motta, teria concordado em votar o requerimento de urgência da proposta na próxima semana.

Ao falar isso o parlamentar ignorava uma declaração dada pelo próprio Motta horas antes de que não havia previsão de votação e nem mesmo de definição de quem será o relator da matéria.

A base governista, aliás, se baseou nessa fala para pacificar suas dúvidas sobre as chances de o paraibano decidir desengavetar a medida dias após a conclusão do julgamento.

Lideranças do centro, que chegaram a ser fiadores da iniciativa semanas atrás após ação de Tarcísio de Freitas, mas que já teriam recuado parcialmente em sua posição, avaliam que Sóstenes realmente mitou um fato político positivo para o bolsonarismo no dia  em que Moraes e Dino votaram pela condenação de Bolsonaro e de outros 7 réus da trama golpista.

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Além disso, eles avaliam que um novo tabuleiro chega à mesa de negociações a partir de sexta-feira quando o julgamento deve ser concluído.

A avaliação é que, se uma condenação robusta for confirmada, Motta ganharia um argumento adicional para apresentar aos opositores de Lula de que o melhor cenário seria votar uma anistia mais sóbria – que não fosse ampla e irrestrita como o grupo defende.

A partir da condenação, o presidente da Câmara poderia alegar que de nada adianta votar algo com alcance tão amplo, se a Primeira Turma do STF teve uma decisão de peso e já enviou recados de que uma anistia ilimitada seria derrubada pela Corte em uma eventual judicialização.

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Por isso, a avaliação que prevalece, pelo menos dentro do Centrão, é que o jogo praticamente zera a partir de sexta-feira e que uma votação imediata não deve acontecer.

O que deve ocorrer é a reinauguração da mesa de negociações com os bolsonaristas que estarão fragilizados e em relativa desvantagem.

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