A Flotilha Global Sumud (GSF, na sigla em inglês), que leva a bordo ativistas e famosos com ajuda humanitária em direção à Faixa de Gaza, relatou ter sido atingida pelo segundo ataque de drones em 24 horas. Em um comunicado divulgado na manhã desta quarta-feira, 10, o grupo disse que um de seus barcos, o Alma, foi incendiado por um dispositivo enquanto estava atracado no porto de Sid Bou Said, na Tunísia.
“Mais um barco de nossa frota foi atacado por um drone enquanto estava em águas tunisianas”, informou a GSF em uma publicação no Instagram. O barco que navega sob bandeira britânica sofreu danos após ter sido incendiado por um objeto luminoso, como mostra um vídeo do suposto ataque. Nenhuma pessoa ficou ferida em decorrência do episódio
De acordo com a relatora especial das Nações Unidas para os territórios palestinos, Francesca Albanese, as evidências sugerem que “um drone, sem luz para que não pudesse ser visto, derrubou um dispositivo que incendiou o convés do barco Alma”. A jurista italiana publicou um vídeo no Instagram onde é possível ver início do incêndio, e afirmou que “fontes autorizadas sugerem que o ataque envolveu uma granada incendiária”.
A GSF disse que o Alma sofreu danos no convés superior e que uma investigação sobre o caso estava em andamento. Uma imagem com um dispositivo eletrônico incendiado foi divulgada pelo grupo, que afirmou: “A presença de tal objeto fornece mais indicações de que o barco foi deliberadamente alvejado”.
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Um dos maiores navios da delegação, o Alma estava atracado junto de outra embarcação no porto de Sid Bou Said no momento do ataque. Os ativistas aguardavam as condições climáticas e logísticas adequadas para se encontrar com a frota italiana, que está ancorada na Sicília. No total, a flotilha é composta por delegações de 44 países, e conta com a presença de nomes como da ativista sueca Greta Thunberg, o ator Liam Cunninhgam, de Game of Thrones, Mariana Mortágua, política portuguesa, e o ativista brasileiro Thiago Ávila.
Se comprovado, este seria o segundo episódio de ataque a drones contra o grupo. Na terça-feira, 9, a flotilha afirmou que a embarcação batizada Family Boat foi atingida por um objeto voador luminoso, que identidicou como um drone. O episódio foi minimizado pelo Ministério do Interior da Tunísia, que confirmou o incêndio na embarcação, mas disse que os relatos de ataques de drone “não tinham base na verdade”.
Footage from another boat of our Flotilla shows the exact moment the Family Boat was struck from above. pic.twitter.com/qVpUyg56uP
— Global Sumud Flotilla (@GlobalSumudFlot) September 9, 2025
O objetivo da flotilha é furar o bloqueio marítimo estabelecido por Israel contra Gaza e levar mantimentos à população local. Tel Aviv justifica que a medida, estabelecida em 2007, é necessária para evitar o contrabando de armas para o Hamas. Em junho, uma iniciativa semelhante — a Flotilha da Liberdade — foi interceptada pela Marinha israelense antes de chegar ao enclave e levada sob custódia ao porto de Ashdod, em Israel. Os tripulantes, que também incluíam Thunberg e Ávila, foram deportados para seus respectivos países.