Ministros do STF ouvidos pelo Radar mostram surpresa com o voto de Luiz Fux no julgamento de Jair Bolsonaro e de outros réus na ação do golpe de Estado.
Não é que acreditassem num voto completamente alinhado ao do relator Alexandre de Moraes. O surpreendente na postura de Fux, segundo esses colegas, foi a “mudança da água para o vinho”.
Em março, o ministro aceitou a denúncia, num ato que sugeriu alinhamento com muitos dos pontos que agora ele refuta com contundência.
“Alguma coisa aconteceu e não foi no conteúdo da denúncia da PGR, que o Fux leu e aceitou no começo do ano”, diz um ministro.
Se não serve para salvar Bolsonaro da condenação, o voto de Fux, na avaliação de outro ministro ouvido pelo Radar, abre caminho para que a ofensiva bolsonarista contra o Supremo se fortaleça, incluindo aí, as ações e ameaças do governo de Donald Trump nos Estados Unidos.
“É como no boxe, quando abre o supercílio do lutador”, diz o magistrado.