O presidente americano Donald Trump baixou uma ordem para isentar alguns metais como ouro e urânio de tarifas de importação. A brecha abre espaço para os Estados Unidos também isentarem de tarifas produtos que não são produzidos ou cultivados no país, como o café. Esse fator pode ser um aliado do Brasil nas negociações. “A recente ordem executiva de Trump abriu espaço para que produtos não produzidos nos EUA, como o café, sejam avaliados. Mas isso depende de tratativas bilaterais, e até agora o governo brasileiro não avançou nesse sentido”, disse Márcio Ferreira, presidente do Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), em entrevista ao programa VEJA Mercado.
Para o setor, a sinalização da Casa Branca pode ser interpretada como uma “bandeira branca” ou um convite à retomada do diálogo. Ferreira defendeu que o vice-presidente Geraldo Alckmin e a diplomacia brasileira aproveitem essa janela para discutir não apenas o café, mas também outros produtos nacionais que não competem com a produção norte-americana.
Para o empresário, a recente viagem de uma comitiva aos EUA serviu para identificar os canais corretos de interlocução e reforçar a importância de o Brasil manter presença institucional constante em Washington. “O recado que ficou é que precisamos muito mais atuar junto ao governo brasileiro para que ele se aproxime e negocie com o governo americano, porque a questão é política, não comercial”, afirmou. O VEJA Mercado é transmitido de segunda a sexta, ao vivo no YouTube e nas redes sociais, a partir das 10h.
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