O TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) decidiu nesta segunda-feira, 8, manter a prisão do ex-deputado estadual do Rio de Janeiro Tiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, e de outros 13 acusados de ligação com o Comando Vermelho. Os oito desembargadores da 1ª Seção Especializada votaram de forma unânime pela manutenção da detenção. A defesa de TH, representada pelo advogado Rafael Farias, declarou, em nota, que “existe um claro movimento de perseguição política a um representante legítimo do povo do Rio de Janeiro”.
TH havia sido preso na quarta-feira, 3, durante a Operação Zargun, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. Segundo a investigação, o ex-parlamentar intermediava a compra e venda de drogas, armas e equipamentos antidrones para a facção, além de realizar operações de câmbio com grandes valores em espécie ligados ao traficante Luciano Martiniano, o Pezão, do Complexo do Alemão.
A lista de presos inclui nomes como Alessandro Pitombeira Carracena, ex-secretário municipal de Ordem Pública do Rio na gestão Marcelo Crivella e ex-secretário estadual de Defesa do Consumidor de Cláudio Castro; o delegado da PF Gustavo Stteel; o policial militar Rodrigo Costa Oliveira; e Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão, apontado como um dos chefes da facção. Também foram detidos servidores e ex-assessores de TH. Estão foragidos Pezão e Wallace de Brito Trindade, o Lacoste.

No julgamento, o relator Macário Júdice Neto destacou a “notória capacidade de articulação” dos investigados e afirmou que houve vazamento da operação, o que dificultou a captura do ex-deputado. Para ele, medidas alternativas seriam “inócuas” diante da influência política e institucional do grupo.
Leia a nota da defesa de TH na íntegra:
A defesa do deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva considera absurdas as acusações que vêm sendo reiteradas contra ele. Existe um claro movimento de perseguição política a um representante legítimo do povo do Rio de Janeiro. Reafirmamos nosso compromisso em esclarecer todos os pontos e demonstrar a total inocência do deputado.