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Com mão de obra escassa, Itália oferece até R$ 45 mil para médicos e enfermeiros brasileiros

A Itália enfrenta uma das maiores crises de mão de obra na saúde de sua história, com déficit de mais de 65 mil profissionais entre médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Para suprir a demanda, hospitais públicos e privados passaram a recrutar profissionais do Brasil, oferecendo salários que chegam a 7 mil euros (cerca de R$ 44,6 mil), além de passagem aérea, moradia e cursos de idioma.

A iniciativa ganhou força com o Decreto Milleproroghe, que flexibilizou o reconhecimento temporário de diplomas estrangeiros, permitindo que médicos e enfermeiros atuem imediatamente enquanto aguardam a equivalência oficial. Profissionais brasileiros são especialmente valorizados pela formação sólida e pelo atendimento humanizado.

Além de hospitais e clínicas, as oportunidades abrangem geriatria, casas de repouso, centros comunitários de saúde e projetos humanitários. Descendentes de italianos que trabalharem por pelo menos dois anos podem ainda solicitar a cidadania italiana, transformando a oportunidade em um projeto de vida na Europa.

“A Itália está de portas abertas. O Brasil tem profissionais talentosos e a Itália tem uma necessidade urgente. O desafio é apenas ligar os dois lados da ponte”, afirma Talita Dal Lago Fermanian, presidente da Câmara de Comércio Itália–Brasil.

Plano para suprir mão de obra

O governo italiano também anunciou que emitirá até 2028 quase 500 mil vistos de trabalho para estrangeiros, como parte de uma estratégia para lidar com o envelhecimento populacional e a escassez de mão de obra, resultado do chamado “inverno demográfico”. A população do país caiu para 58,93 milhões em 2024, seguindo a tendência da última década, e o déficit de profissionais de saúde é agravado pelo envelhecimento da população e pelo aumento da demanda por cuidados médicos.

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Em maio, porém, a Câmara dos Deputados da Itália deu aval final ao decreto-lei que restringe o reconhecimento automático da cidadania italiana a descendentes de imigrantes nascidos fora do país. A nova norma altera a Lei da Cidadania de 1992, que até então não estipulava restrições de gerações. Com isso, o direito à cidadania jus sanguinis, ou seja, por laços sanguíneos, passou a se limitar a até duas gerações nascidas fora da Itália. A proposta foi aprovada com 137 votos favoráveis e 83 contrários.

Além disso, a burocracia pode ser um calcanhar de Aquiles para o êxito do plano. Em 2023, dos 130 mil vistos disponibilizados, apenas 56% receberam as autorizações iniciais. Cerca de 29% conseguiram o documento, mas somente 13% tiveram contratos assinados. Deles, ínfimos 7,5% receberam o sinal verde para a residência efetiva.

A situação não apresentou mudanças significativas em 2024. Espera-se, então, que o cenário seja repetido neste ano. Muitos dos contratos de trabalho são de curta duração, o que também leva à permanência irregular no país.

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