O Banco Central divulgou as estatísticas do Boletim Focus, sua pesquisa semanal com agentes do mercado financeiro com as projeções sobre os principais indicadores da economia e o destaque fica por conta dos cortes nas previsões de crescimento do Brasil. Os analistas e economistas cortaram a previsão de crescimento em todos os anos da série. Para 2025, a estimativa caiu de 2,19% para 2,16%. Para 2026, foi reduzida de 1,87% para 1,85%, e para 2027, de 1,89% para 1,88%.
As revisões ocorrem após os dados do PIB do 2º trimestre, divulgados na última semana pelo IBGE. O crescimento foi de apenas 0,4% frente ao trimestre anterior, bem abaixo do avanço de 1,3% nos três primeiros meses. O desempenho reflete a combinação de juros ainda elevados, que restringem crédito e consumo, com uma desaceleração da demanda interna e queda na produção industrial. Apesar disso, o setor de serviços manteve-se como o principal motor da atividade, sustentado pelo mercado de trabalho aquecido e pelo consumo das famílias. Já a indústria e a agropecuária tiveram resultados mais fracos, limitando o ritmo de expansão do PIB no período.
Inflação, câmbio e Selic
No Boletim Focus desta segunda-feira, 8, após sucessivas revisões para baixo, o IPCA, índice que mede a inflação oficial do Brasil, teve a projeção para 2025 mantida em 4,85%. Já as estimativas do IPCA para 2026 e 2027 recuaram levemente: de 4,31% para 4,30% e de 3,94% para 3,93%, respectivamente.
As previsões de inflação para este ano estavam em queda há 14 semanas seguidas e, mesmo assim, continuam acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O centro da meta é 3% , com limite de tolerância de até 4,5% de inflação ao ano.
As projeções para o câmbio também foram revisadas para baixo. A expectativa para o dólar em 2025 passou de R$ 5,56 para R$ 5,55. Para 2026 e 2027, de R$ 5,62 para R$ 5,60 em ambos os anos.
Já a trajetória da taxa Selic foi mantida inalterada: 15% em 2025, 12,50% em 2026 e 10,50% em 2027.