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7 de Setembro tem polarização sobre anistia antes de veredicto do golpe

Às vésperas do início da semana que trará o veredicto do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento acerca da tentativa de golpe, o Sete de Setembro foi marcado em todo o país por atos pró e contra a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro de 2023.

Pela manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Janja da Silva participaram do tradicional desfile cívico-militar na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, acompanhados de representantes das Forças Armadas e de diversas autoridades, entre elas o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Motta, que tem sido pressionado pela direita bolsonarista a pautar o projeto de anistia, afirmou, sem citar a proposta, que “independência é ter equilíbrio”, criticou a polarização política e defendeu a pacificação.

Os ministros do Supremo não compareceram à cerimônia — a Primeira Turma da Corte retoma nesta terça-feira, 9, a análise do julgamento que tem no banco dos réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete denunciados por tentativa de golpe.

Durante o desfile, foram exibidas mensagens de “Brasil soberano”, sendo a maior delas em uma grande faixa estendida após a bandeira nacional.

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No início da tarde, foi a vez de movimentos sociais e militantes da esquerda fazerem protestos em diversas capitais para marcar posição contra o PL da anistia e, assim como o mote do desfile oficial, em defesa da soberania do país.

Em São Paulo, o protesto contou com a presença dos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Luiz Marinho (Trabalho), além do presidente nacional do PT, Edinho Silva, e dos deputados federais Guilherme Boulos (PSOL) e Erika Hilton (PSOL). Em meio a faixas de “Sem anistia” e com dizeres contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, Boulos discursou sobre a apropriação da data pela direita.

“Como é bonito ver as nossas bandeiras empunhadas no 7 de setembro. Porque, nos últimos anos, o 7 de setembro foi sequestrado por um bando de canalhas que usaram os símbolos nacionais, a bandeira nacional, para esconder que eles são traidores da pátria, pra esconder que eles andam de joelhos para os Estados Unidos”, declarou.

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Além da capital paulista, os apoiadores de Lula também se manifestaram no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Goiânia, Teresina, Recife, Maceió e Brasília.

Atos bolsonaristas

Também à tarde, foi a vez de atos bolsonaristas tomarem às ruas em diversas capitais e demais cidades em todo o país, com o mote “Anistia Já” e “Reaja Brasil, o medo acabou”.

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Em São Paulo, o ato reuniu diversas autoridades aliadas do ex-presidente, entre elas os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que fez um discurso forte pressionando pela anistia e com críticas ao Supremo e ao ministro Alexandre de Moraes — a quem chamou de “ditador”.

A manifestação na Avenida Paulista teve, ainda, a participação do pastor Silas Malafaia, organizador do ato, da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, entre dezenas de deputados estaduais, federais e senadores.

Além de faixas e cartazes pedindo “Anistia Já”, a multidão também levou placas com os dizeres “Fora, Moraes” e pedindo a libertação de Carla Zambelli. Uma enorme bandeira dos Estados Unidos chegou a ser estendida.

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Segundo levantamento da USP e da ONG More in Common feito por meio de imagens aéreas analisadas por inteligência artificial, o ato da Paulista reuniu 42.200 pessoas neste domingo, 7.

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