Em áudios divulgados durante atos bolsonaristas em Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e outras capitais, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro adotou um tom radical contra o Supremo Tribunal Federal (STF). A presidente nacional do PL Mulher afirmou que injustiças são cometidas “por alguns poucos que se dizem juízes”, acusando ministros de “agir como tiranos” e de permitir que a Constituição seja diariamente rasgada.
Michelle destacou ainda que seu marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro, está sendo alvo de uma perseguição: “Hoje, está humilhado e preso por enfrentar o sistema por amor ao povo”. Ao se dirigir à militância, afirmou: “O marido não pode falar, mas nós falaremos por ele”.
O áudio também faz críticas à condução do julgamento envolvendo a trama golpista. A ex-primeira-dama denunciou que as defesas dos réus “foram sabotadas” e relatou os impactos sobre sua família: “Veja o que estão fazendo conosco: tornozeleira no Jair, prisão domiciliar por pura vingança, invasão ao nosso lar, exposição da intimidade da nossa família. Até quando vamos ter que suportar esses abusos?”
Mesmo em meio às críticas, Michelle manteve um tom religioso, pedindo aos apoiadores que não deixem de orar: “Nós confiamos em Deus e que Ele transformará essa dor em vitória”.
O discurso indica uma radicalização em relação à postura que vinha adotando, que anteriormente se restringia a críticas indiretas ao Judiciário e ao PT, usando termos como “censura” e “injustiça” de forma genérica.
Os atos bolsonaristas seguem acontecendo em várias cidades, mesmo sem a presença física do ex-presidente. Na avenida Paulista, em São Paulo, os apoiadores se reunirão às 15h, considerado o principal palco das manifestações.
Em suas palavras finais no áudio, Michelle conclama o STF: “Ministros, vocês prometeram cumprir as leis e defender nossa Constituição, ela está sendo rasgada diariamente e injustiças são cometidas por alguns poucos do vosso meio que se dizem juízes, mas agem como tiranos. Defendam o povo e honrem suas promessas solenes.”