Com o início da trajetória de ator marcado por Malhação em 2006, quando viveu o skatista Cauã, Bernardo Barreto, 46 anos, decidiu recomeçar a carreira nos Estados Unidos. Em 2015, foi para Nova York para estudar com a atriz e produtora Susan Batson. Hoje roteirista e diretor, ele acaba de encerrar o circuito de festivais internacionais com o longa The Ballad of a Hustler (Invisíveis), previsto para estrear em 2025/2026. Foi vencedor do prêmio Melhor Longa-metragem, no Indie Street Film Festival 2026, em New Jersey, no final de agosto, e já está com dois projetos na esteira. Um longa de terror psicológico chamado Epitaph. E a produção de um longa de ficção para filmar entre Brasil, Havaí e Polinésia Francesa. Para a coluna GENTE, Bernardo falou sobre a mudança e o período de fama no Brasil.
“A minha inquietude vem desde muito cedo. Fiz teste para a Globo e logo entrei na televisão. Mas a TV não me completava como artista. Em paralelo a Malhação, voltei a escrever e filmar curtas. Me achava ainda cru como roteirista ou diretor e buscava parcerias. Mas muitas vezes a bola voltava para mim. Saí do armário e assumi meu artista multifacetado. Foi aí que criei a Berny Filmes, inicialmente para produzir minhas próprias ideias. Malhação foi um capítulo rico. Experimentei a fama, conheci muita gente — gente legal e outras nem tanto. Aprendi muito. Mas também achei muita coisa boba, superficial. E olha que naquela época a TV ainda não era como é hoje. O mais engraçado é que quem não me conhecia, achava que eu era bobo, porque o rótulo de ator de Malhação já vinha pronto. E sofri com isso, naquela época estava ávido por conhecimento, e à minha volta grande parte dos atores tinham outras prioridades. Quando chegamos nos EUA, o bicho pega. É outra liga. O Brasil tem muito valor, mas a Champions é aqui, os melhores do mundo todo disputando papéis”.
