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Mais de 21 mil crianças ficaram com deficiências por ataques de Israel a Gaza, diz ONU

Ao menos 21 mil crianças ficaram com formas de deficiência por ataques israelenses à Faixa de Gaza, informou o Comitê das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CRPD, na sigla em inglês) nesta quarta-feira, 3. Ao todo, cerca de 40.500 crianças sofreram “novos ferimentos relacionados à guerra” desde o início da guerra entre Israel e o grupo palestino radical Hamas, em 7 de outubro de 2023. Delas, mais da metade ficou com sequelas, portando alguma deficiência.

Em março, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) já havia afirmado que Gaza havia se tornado o lugar no mundo com mais amputações infantis, com cerca de 4.000 mil crianças, o que pode representar uma subcontagem. O novo alerta do CRPD também abrangeu pessoas com deficiência como um todo e destacou que elas “enfrentaram graves interrupções na assistência, deixando muitas sem comida, água limpa ou saneamento e dependentes de outros para sobreviver”.

O comitê estimou que 83% das pessoas com deficiência perderam seus dispositivos de assistência e, em meio à catástrofe humanitária, não conseguiam pagar por alternativas, como carroças puxadas por burros. Também expressou preocupação com o fato do governo israelense considerar cadeiras de rodas, bengalas e próteses como “itens de dupla utilização”. Ou seja, esses itens não estão incluídos nas remessas de ajuda humanitária que entram no enclave palestino.

O CRPD apelou, então, pela entrega de “ajuda humanitária maciça às pessoas com deficiência” em Gaza e por mais proteções para essa camada da população, de forma a evitar “mais violência, danos, mortes e privação de direitos”. Dados obtidos pelo comitê mostram que pelo menos 157.114 pessoas sofreram ferimentos, das quais mais de 25% correm risco de deficiências permanentes, entre 7 de outubro de 2023 e 21 de agosto deste ano.

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Fome generalizada

Em agosto, um órgão ligado às Nações Unidas declarou oficialmente estado de fome generalizada em Gaza, o primeiro a afetar o Oriente Médio, depois que especialistas alertaram no mês anterior que um em cada três dos 2,2 milhões de habitantes do enclave passada dias sem comer. A responsabilidade pela situação foi atribuída a Israel, que descartou a nova classificação como baseada em “mentiras do Hamas”.

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Após meses de alertas sobre a situação no território devastado pela guerra, a Classificação Integrada de Segurança Alimentar (IPC), que produz o mais confiável termômetro sobre a fome, elevou sua classificação para a Fase 5 – a mais alta e grave – na Cidade de Gaza e seus arredores. O mesmo cenário deve afetar as áreas de Deir al Balah e Khan Yunis até o final de setembro.

A classificação afirma que mais de meio milhão de pessoas na Faixa de Gaza estão enfrentando condições “catastróficas” caracterizadas por “fome, miséria e morte”. Até o final de setembro, mais de 640 mil pessoas se enquadrarão neste grupo. Enquanto isso, mais 1,14 milhão de pessoas estarão em situação de emergência (Fase 4 do IPC) e outras 396 mil, em situação de crise (Fase 3). Estima-se que as condições no norte de Gaza sejam tão graves – ou piores – quanto as da Cidade de Gaza.

 

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