O ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL-PE), nega que tenha tentado expedir um passaporte português para o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cesar Cid, no consulado de Portugal no Recife, capital pernambucana.
Segundo um parecer da PGR, há “elementos sugestivos” de que Machado atuou para atrapalhar o andamento da ação penal da trama golpista que ocorre nesta semana no Supremo Tribunal Federal (STF), o que pode configurar obstrução de investigação, segundo a Procuradoria.
“Eu, Gilson Machado Guimarães Neto, tomando conhecimento das publicações desta tarde, nego veementemente ter ido a qualquer consulado, inclusive o português no Recife-PE. (…) Reitero, nessa oportunidade, que apenas mantive contato telefônico em maio último, com consulado português, tão somente solicitando uma agenda para meu pai, Carlos Eduardo Machado Guimarães, renovar o passaporte, o qual foi feito após dita solicitação”, diz a nota emitida pelo ex-ministro do Turismo.
A investigação foi aberta diante da constatação de que Machado não conseguiu obter o documento no consulado português de Recife, mas poderia tentar obter o documento em outro posto diplomático.
“A Polícia Federal apresenta elementos sugestivos de que o senhor Gilson Machado Guimarães Neto, que exerceu o cargo de Ministro de Estado do Turismo durante a gestão do então Presidente da República Jair Messias Bolsonaro, esteja atuando para obstruir a instrução da Ação Penal n. 2.688/DF e das demais investigações que seguem em curso”, diz a PGR.
A suposta missão de Machado para conseguir um passaporte a Cid teria ocorrido no dia 12 de maio, segundo a PF. O objetivo do aliado de Bolsonaro era “viabilizar a Cid a saída do território nacional”.