O primeiro dia de julgamento da trama golpista no STF serviu para implodir a narrativa bolsonarista nos Estados Unidos de perseguição judicial contra Jair Bolsonaro.
O filho do ex-presidente atua junto ao governo de Donald Trump para conseguir sanções contra autoridades brasileiras e até contra a economia nacional de modo a retaliar o que ele classifica de perseguição contra sua família.
No julgamento, no entanto, nenhum réu ouvido nesta terça negou a existência da trama golpista. Ao contrário. Alguns defensores fizeram rasgados elogios ao ministro Alexandre de Moraes e tentaram apenas afastar o envolvimento de seus clientes da trama liderada, segundo a PGR, por Bolsonaro.
Diante de uma contundente acusação apresentada pela PGR e da antecipação do ministro Moraes, ao cravar que houve, sim, uma tentativa de golpe de Estado, os advogados de Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Anderson Torres e Almir Garnier seguiram o caminho de desqualificar as provas contra seus clientes, sem negar os pontos centrais da acusação da PGR.
O espaço aberto para cada defesa, de uma hora, serviu apenas para uma espécie de retrospectiva do que foi a apresentação das defesas na fase de depoimentos dos réus. Um apanhado de argumentos que buscam atenuar as penas, até pleiteiam uma absolvição, mas não atacam a questão central, anunciada por Moraes logo no início do julgamento:
“O país e sua Suprema Corte só têm a lamentar que mais uma vez na história republicana brasileira se tenha novamente, mais uma vez, tentado um golpe de Estado atentando contra as instituições e a própria democracia pretendendo-se uma estado de exceção e uma ditadura”, disse Moraes no início da leitura do relatório.
