Por mais de duas décadas, William Bonner acumulou na Globo as funções de âncora e editor-chefe do Jornal Nacional. Com sua saída do noticiário, Cesar Tralli assume a bancada, mas é Cristiana Souza Cruz quem passará a comandar a edição do principal noticiário da emissora. “Assumir o comando do Jornal Nacional é uma grande honra. E receber essa missão nos 60 anos da TV Globo tem um significado muito especial para mim. É a realização de um sonho profissional”, atestou ela em comunicado.
O nome não é uma surpresa: há 29 anos na Globo, a jornalista atua desde 2019 como editora-chefe adjunta do JN ao lado de Bonner, e foi preparada para sucedê-lo de vez no cargo. Ela entrou na emissora ainda como estagiária, e construiu toda a carreira no canal. Entre as outra funções que assumiu na Globo, Cristiana já foi coordenadora de afiliadas, chefe do escritório da emissora em Nova York, diretora de programas da GloboNews e editora de Internacional do Bom Dia Brasil e do Jornal Nacional.
Nascida em Belo Horizonte, em 1972, Cristiana Souza Cruz é filha da professora Regina Sousa Cruz e do também jornalista Alberico de Sousa Cruz, que foi diretor de jornalismo da Globo entre 1990 e 1995. Ela se formou em Jornalismo na PUC-Rio, e fez mestrado na New School, de Nova York.
Dança das cadeiras na Globo
Jornalista mais longevo na bancada do JN, Bonner quebrou o recorde de Cid Moreira, que havia comandando o telejornal de maior audiência do país por 26 anos. Ele comanda o jornal até o dia 3 de novembro e, a partir do ano que vem, apresentará o Globo Repórter ao lado de Sandra Annemberg.
A editora-chef-adjunta do Jornal Nacional, Cristiana Sousa Cruz, assumirá como editora-chefe do telejornal e César Tralli substitui Bonner como âncora do principal jornal da casa. Com isso, o Jornal Hoje passa a ser apresentado por Roberto Kovalick, enquanto o repórter Tiago Scheuer assume a apresentação do Hora Um.
Por que William Bonner deixou o Jornal Nacional?
A decisão de deixar a bancada do JN vinha sendo elaborada por Bonner há cinco anos, quando o apresentador começou a manifestar seu desejo de passar mais tempo com sua família, longe de tantas funções executivas que o cargo e a cobertura de jornalismo diário exigem.
“Foram cinco anos, desde a minha primeira conversa com a direção do jornalismo sobre o desejo de reduzir a carga horária e as responsabilidades exigidas pela chefia e pela apresentação do JN. Precisamos superar a fase crítica da pandemia, arquitetar sucessões e preparar sucessores até a data do anúncio das novidades. E, finalmente, podemos todos conversar sobre essas conquistas e movimentos sem reservas. Alguns números ajudam a explicar meu desejo e minha necessidade de mudar de ritmo”, descreveu Bonner em comunicado divulgado pela Globo.
“São 29 anos e quatro meses de JN. Exatos 26 anos como chefe da equipe de editores, comandando reuniões, avaliando pautas, planejando edições, apresentando as notícias a milhões. Nesse período, tornei-me pai, vi minhas crianças acharem que se tornaram adultos. Mudaram de endereço, até de país. Ser recebido pelo Globo Repórter me deixa honrado e gratíssimo. Todos os meus amigos me ouviram falar do sonho de integrar essa equipe quando pudesse deixar o JN. De todos os programas do jornalismo já existentes quando cheguei à Globo, é o único em que nunca atuei, nem interinamente, em 39 anos. Lembro quando a Sandra Annenberg chegou lá. Amiga de décadas, cúmplice do meu sonho, que era dela também, Sandra me mandou mensagem carinhosa: ‘Cheguei antes, amigo. Te espero aqui!’ Ano que vem, estaremos juntos por lá. O Tralli receberá o carinho e o apoio merecidíssimo que o time do JN sabe compartilhar. E terei prazer de continuar colhendo até lá”, concluiu.
Bonner na Globo
William Bonner chegou na Globo em 1986 e atuou como apresentador do SPTV, Jornal Hoje, Fantástico e Jornal da Globo. Em 1996, assumiu a bancada do Jornal Nacional e se tornou editor-chefe em 1999. Formado pela ECA-USP, Bonner iniciou sua carreira como redator publicitário e locutor de rádio.
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