Autoridades do Talibã, grupo fundamentalista que governa o Afeganistão, pediram maior ajuda internacional nesta segunda-feira, 1º, após o terremoto de magnitude 6 que deixou mais de 800 mortos e 2,8 mil feridos.
Como o terremoto atingiu uma área montanhosa remota, nas províncias orientais de Kunar e Nangarhar, “levará tempo para obter informações exatas sobre perdas humanas e danos à infraestrutura”, disse Sharafat Zaman, porta-voz do Ministério da Saúde Pública do Afeganistão.
“Precisamos de ajuda internacional porque muitas pessoas perderam a vida e suas casas”, disse Zaman à agência de notícias Reuters. “O número de mortos e feridos é alto, mas como a área é de difícil acesso, nossas equipes ainda estão no local”.
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Alguns países, como Irã, Índia e Japão, assim como a União Europeia, já se comprometeram com envio de apoio, confirmou Hafiz Zia Ahmad Takal, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores afegão, sem dar mais detalhes.
Em paralelo, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, expressou condolências às famílias das vítimas e afirmou que “a equipe da ONU no Afeganistão está mobilizada e não poupará esforços para ajudar os necessitados nas áreas afetadas”.
Estradas bloqueadas estão forçando os trabalhadores humanitários a caminhar de quatro a cinco horas para chegar aos sobreviventes. Dezenas de voos operam com destino e partida do Aeroporto de Nangarhar, transportando os feridos para hospitais.
O Afeganistão enfrenta uma das crises humanitárias mais graves e persistentes do mundo, com menos de 30% de suas necessidades humanitárias cobertas até 2025, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários. A ONU afirma que mais da metade dos 42 milhões de habitantes do país precisa de ajuda.
Desde que o Talibã voltou ao poder, a assistência internacional tem diminuído gradualmente. Sob o governo do presidente Donald Trump, os Estados Unidos, que no ano passado forneceram 45% da ajuda ao Afeganistão, suspenderam ou eliminaram quase todas as suas contribuições, um movimento seguido por países europeus, como Reino Unido e França, que também reduziram assistência por não reconhecer o governo do Talibã.