Vinicius Marchese, presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), esteve presente no VEJA Fórum de Infraestrutura e falou sobre a dificuldade de formar mão de obra qualificada no Brasil. A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) estima que o Brasil possui 5,5 engenheiros formados para cada 100 mil habitantes e que o ideal seria pelo menos três vezes mais. Países desenvolvidos como Japão, Alemanha e Estados Unidos possuem até 25 engenheiros formados para cada 100 mil habitantes. Marchese alerta ainda que o Brasil está perdendo parte de seus talentos para o exterior.
“O Brasil já perde engenheiros por meio de parcerias formais com outros países, como Portugal. Elas facilitam o intercâmbio, mas 8 mil brasileiros já participaram desse programa e apenas 350 portugueses vieram ao Brasil. O Brasil é um país que precisa dessa mão de obra em quantidade e qualidade”, disse em entrevista após o evento.
“Chama atenção ainda um fluxo de material humano para o Peru por causa de investimentos fortes em infraestrutura e da valorização de profissionais, sem falar nos engenheiros da Embraer contratados pela Boeing que provocaram, inclusive, uma ação judicial”, pontua. “Nós estamos perdendo os nossos cérebros para o exterior. O principal ponto é que esse tema precisa ser encarado como uma política pública e estratégica do país”, conclui.