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Parceria entre Japão e países africanos sai pela culatra e gera episódios de xenofobia

Um comunicado feito neste mês pela Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA, na sigla em inglês) anunciando a parceria entre o Japão e quatro países parceiros na África para promover laços mais estreitos entre as nações desencadeou uma onda de comentários xenofóbicos em todo o território nipônico.

O programa JICA Africa Hometown foi apresentado ao final de uma conferência internacional sobre desenvolvimento africano em Yokohama, em que quatro localidades — Imabari, Kisarazu, Sanjo e Nagai — foram designadas como “cidades natais” para Moçambique, Nigéria, Gana e Tanzânia, respectivamente.

A iniciativa prevê intercâmbios de pessoas e eventos entre as nações, mas muitos críticos acreditaram que a parceria significava o surgimento de um fluxo massivo de imigrantes em direção ao Japão. Publicações em redes sociais acusavam as autoridades de “entregar as cidades aos africanos”, atraindo milhões de visualizações, e algumas até espalharam a fake news de que o governo japonês havia “dado os municípios de presente” a Moçambique, Nigéria, Gana e Tanzânia.

“Nossa equipe de 15 funcionários passou um dia inteiro atendendo centenas de telefonemas e milhares de e-mails de moradores”, contou um funcionário da cidade de Sanjo à agência de notícias AFP. Vinculada a Gana devido ao programa, a cidade recebeu 350 telefonemas e 3.500 e-mails desde a segunda-feira, 25.

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Publicações oriundas da Tanzânia e da Nigeria aumentaram o furor em torno do tema. Um artigo no jornal Tanzania Times trouxe a manchete “Japão dedica cidade de Nagai à Tanzânia” para falar sobre a nova parceria, o que foi entendido por muitos japoneses como “parte do Japão foi entregue à Tanzânia”, gerando fortes críticas.

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O governo nigeriano, por sua vez, publicou um comunicado afirmando que a parceria tornava a cidade nipônica de Kisarazu um destino para “jovens nigerianos altamente qualificados que desejassem se mudar”.

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Após fortes reações negativas, a JICA veio a público negar as informações, pedindo que os jornais locais e as autoridades da Nigéria corrijam prontamente as “imprecisões contidas em sua cobertura”.

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