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Coreia do Sul se junta a rol crescente de países que proíbem uso de celular em escolas

A Coreia do Sul aprovou nesta quarta-feira, 27, um projeto de lei que proíbe o uso de celulares durante o horário de aula nas escolas, juntando-se a um rol crescente de países como França, Itália e Brasil. A lei, que entra em vigor a partir do próximo ano letivo, em março de 2026, é resultado de uma rara coordenação bipartidária para combater o vício em smartphones e proteger crianças e adolescentes.

O projeto passou com um placar de 155 votos a 48. Legisladores, pais e professores argumentam que o uso dos dispositivos está afetando o desempenho acadêmico dos alunos e roubando o tempo que eles poderiam dedicar aos estudos. Mas a proibição tem seus céticos, incluindo estudantes, que questionam como a medida seria aplicada na prática e suas implicações mais amplas.

Embora proíba o uso do celular apenas durante o horário de aula, a lei dá aos professores o poder de impedir que os alunos usem os aparelhos nas dependências da escola. Também exige que as escolas eduquem os alunos sobre o uso adequado de dispositivos inteligentes. Há algumas exceções: alunos com deficiência ou necessidades educacionais especiais podem usar dispositivos assistivos, enquanto o uso deles para fins educacionais ou em emergências também está liberado.

Movimento crescente

Antes mesmo da lei, a maioria das escolas sul-coreanas já tinha implementado alguma forma de restrição de smartphones — elas não são as primeiras. Alguns países, como Finlândia e França, proibiram celulares em menor escala, visando apenas escolas para crianças pequenas. Outros, como Itália, Holanda e China, restringiram o uso de celulares em todas as escolas.

Mas a Coreia do Sul está entre os poucos países a consagrar tais medidas em lei, como o Brasil. A proibição do uso de celulares em escolas foi sancionada e aprovada pelo Congresso Nacional em dezembro de 2024 e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em janeiro deste ano. O projeto proíbe o uso de smartphones durante a aula, o recreio ou intervalos entre as aulas, para todas as etapas da educação básica, com exceção para situações de estado de perigo, de necessidade ou caso de força maior.

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Um levantamento da Universidade de Stanford, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, analisou as notas de 196 mil alunos do sexto ao nono ano em mais de 300 escolas e descobriu aumento médio de 25,7% no aprendizado de matemática e de 13,4% em português após a medida ser implementada.

Vício

Quase um quarto dos 51 milhões de habitantes da Coreia do Sul depende demais de seus celulares, de acordo com uma pesquisa conduzida pelo governo em 2024. Esse número mais que dobra – 43% – para aqueles entre 10 e 19 anos. E tem aumentado ao longo dos anos.

Mais de um terço dos adolescentes também afirmam ter dificuldade para controlar a quantidade de tempo que passam navegando nas redes sociais. A Federação Coreana da Associação de Professores, um grupo conservador, afirmou que 70% dos professores relataram interrupções em sala de aula devido ao uso de smartphones, segundo uma pesquisa interna Enquanto isso, alguns pais também se preocupam com o bullying nas redes sociais.

Cho Jung-hun, parlamentar do Partido do Poder Popular, da oposição, que apresentou o projeto de lei, diz que se sentiu encorajado a agir, visto que outros países adotaram medidas semelhantes. Ele afirmou que há “provas científicas e médicas significativas” de que o vício em smartphones tem “efeitos extremamente prejudiciais ao desenvolvimento cerebral e ao crescimento emocional dos alunos”.

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