O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou na noite de segunda-feira 25 impor tarifas e restrições a exportações a países onde há leis que regulam as Big Techs americanas, como Google, Meta, Amazon e Apple. A ameaça volta a colocar pressão sobre o Reino Unido e a União Europeia, que possuem regulamentações para restringir o poder das grandes empresas de tecnologia por meio da Lei de Serviços Digitais, que firmaram acordos comerciais recentes com Washington e fizeram grandes concessões para evitar o pior do “tarifaço”.
Em uma publicação na sua rede social, a Truth Social, Trump disse que “impostos, leis, regras ou regulamentações digitais são todos projetados para prejudicar ou discriminar a tecnologia americana”. Ele acrescentou que tais medidas, que incluem o imposto sobre serviços digitais do Reino Unido, uma taxa de 2% sobre as receitas das Big Techs que arrecada cerca de 800 milhões de libras por ano, semelhante ao de vários Estados da UE (como França Itália, Espanha), “escandalosamente dão total liberdade às maiores empresas de tecnologia da China”.
“Como presidente dos Estados Unidos, enfrentarei os países que atacam nossas incríveis empresas de tecnologia americanas”, disse Trump. “A menos que essas ações discriminatórias sejam removidas, eu, como presidente dos Estados Unidos, imporei tarifas adicionais substanciais sobre as exportações daquele país para os EUA e instituirei restrições à exportação de nossa tecnologia e chips altamente protegidos.”
Em fevereiro, o líder americano já havia emitido uma ordem executiva – batizada de “Defendendo Empresas e Inovadores Americanos contra Extorsão no Exterior e Multas e Penalidades Injustas” – ameaçando impor tarifas em retaliação a impostos sobre serviços digitais em todo o mundo.
“Os Estados Unidos e as empresas de tecnologia americanas não são mais o ‘cofrinho’ nem o ‘capacho’ do mundo”, afirmou Trump na segunda-feira. “Mostrem respeito pelos Estados Unidos e por nossas incríveis empresas de tecnologia ou enfrentem as consequências.”
O alerta do presidente americano ocorre uma semana depois dos Estados Unidos e a União Europeia assinarem um acordo comercial e concordarem, em uma declaração conjunta, que juntos “lidariam com barreiras comerciais injustificadas”. No entanto, o bloco europeu afirmou em comunicado separado que não se comprometeu a alterar nenhuma de suas regulamentações digitais.
Em junho, o Canadá eliminou seu imposto sobre serviços digitais, que Trump descreveu como um ataque “direto e flagrante” às empresas de tecnologia americanas, em um esforço para facilitar as negociações comerciais com seu vizinho.
