O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se reunirá com seu gabinete de segurança nesta terça-feira, 26, às 16h locais (14h em Brasília) para discutir a situação em Gaza e possíveis planos para chegar a um acordo sobre a libertação de reféns. Antes do encontro, uma série de protestos tomou conta das ruas do país, fechando importantes rodovias, para exigir esforços do governo para recuperar os cativos ainda em posse do Hamas.
O gabinete de Bibi informou ao jornal The Times of Israel que haverá reunião, mas não esclareceu as discussões serão centradas na proposta de cessar-fogo e libertação de reféns que o Hamas aceitou na semana passada. No entanto, a imprensa local reportou que esse plano não está na pauta.
O encontro ocorre após o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, prometer prosseguir com a ofensiva contra a Cidade de Gaza, maior aglomerado urbano do enclave que as forças do Estado judaico pretendem ocupar. O ministro disse que a cidade será arrasada a menos que o Hamas concorde em encerrar a guerra nos termos de Israel e libertar todos os reféns.
No domingo, o grupo palestino afirmou em um comunicado que o projeto de tomar a Cidade de Gaza demonstra que Tel Aviv não leva a sério um cessar-fogo, reiterando que a trégua seria a “única maneira” dos reféns serem libertados.
Manifestação
Dezenas de familiares dos reféns, junto de apoiadores, saíram às ruas para exigir que o governo israelense chegue a um acordo com o Hamas para encerrar a guerra e garantir a libertação de seus entes queridos. Estradas importantes, incluindo a Rota 1 e a Rota 443, ambas as quais conectam Tel Aviv a Jerusalém, foram bloqueadas nesta terça-feira pelos manifestantes.
O Fórum de Famílias dos Reféns e Desaparecidos convocou os atos como um “dia nacional de luta”. Os protestos começaram às 6h29, horário em que o Hamas lançou seu ataque em 7 de outubro de 2023. Além das rodovias, manifestantes bloquearam calçadas em frente às casas de políticos.
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Em Ness Ziona, uma pequena multidão leu em voz alta os nomes dos cerca de 50 reféns ainda em Gaza (20 dos quais acredita-se estarem vivos) em frente à casa do ministro das Relações Exteriores, Gideon Sa’ar. Manifestantes bloquearam a calçada em frente à casa do ministro da Economia, Nir Barkat, com longas fileiras de cartazes com as fotos dos cativos.
“Temos um povo maravilhoso, mas nenhum governo… O governo os abandonou, mas o povo os trará de volta!”, declarou Einav Zangauker, mãe de Matan Zangauker, em discurso na Praça dos Reféns, em Tel Aviv.
De acordo com a polícia local, todas as estradas em Israel já foram reabertas.
“Liberdade de protesto e expressão não é liberdade para prejudicar a liberdade de movimento de muitos outros. Bloquear estradas sem permissão e de forma que possa colocar em risco os usuários das estradas ou prejudicar a liberdade de movimento dos cidadãos não será permitido”, afirmou um comunicado da polícia.