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O que mantém Lula no topo de pesquisas eleitorais, apesar da alta rejeição

Pesquisas eleitorais recentes revelam um fenômeno peculiar sobre as preferências do eleitorado brasileiro: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a despeito dos altos índices de desaprovação ao seu governo, aparece na liderança da disputa presidencial para 2026.

No último mês, levantamentos publicados pelos institutos Paraná Pesquisas, Quaest e AtlasIntel indicam liderança ou empate do petista contra os principais rivais da direita na corrida ao Planalto. Nas simulações de primeiro turno, Lula aparece tecnicamente empatado ou com estreita margem de vitória sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (atualmente inelegível), mas desfruta de vantagem considerável contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), além de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e outros governadores alinhados ao bolsonarismo.

Ao mesmo tempo, as mesmas pesquisas apontam que a rejeição ao governo petista persiste, ao menos desde o início deste ano, em níveis acima de 50% da população, embora a avaliação geral tenha melhorado ligeiramente nos últimos meses. Já a aprovação de Lula caiu até catorze pontos em relação a levantamentos de agosto de 2023, menos de um ano após o presidente assumir o Planalto pela terceira vez. Por fim, 58% dos entrevistados disseram no último levantamento Genial/Quaest que Lula não deveria disputar a reeleição — apenas 39% disseram o contrário.

Para analistas, o principal fator que mantém Lula na liderança da corrida é a alta rejeição a Jair Bolsonaro, favorecendo o atual presidente contra nomes apoiados pelo ex-presidente. A recíproca, no entanto, é verdadeira, já que a forte impopularidade do PT entre a direita tende a fortalecer candidatos da direita bolsonarista. “Lula e Bolsonaro têm um eleitorado fiel, mesmo que por conta da reprovação ao outro lado. Qualquer candidato apoiado por um dos dois líderes já está garantido no segundo turno”, avalia Murilo Hidalgo, CEO do Paraná Pesquisas.

A postura de Lula diante das sanções e ameaças vindas dos Estados Unidos, atrelando a negociação do tarifaço à defesa da soberania nacional, também tem contribuído para melhorar a percepção do presidente junto ao eleitorado — a dúvida é por quanto tempo o “efeito Trump” pode sustentar a popularidade do petista. “A narrativa está favorável ao governo no momento, mas o povo ainda não vê melhoras concretas na qualidade de vida e a rejeição ao Planalto pode voltar a subir”, opina Hidalgo.

Por fim, há o fato que a aprovação ao presidente supera a casa dos 40% — é de 46% na última pesquisa Genial/Quaest e 42,9% no levantamento divulgado nesta segunda-feira pelo Paraná Pesquisas. Esse contingente tende a votar no petista, principalmente no caso de rejeição ao outro candidato.

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