O governo federal rejeitou na última sexta-feira, 22, um pedido da Organização das Nações Unidas (ONU) para subsidiar as hospedagens de diplomatas que participarão da COP-30, em Belém. A conferência, que ocorrerá em novembro, vem gerando pressão internacional em razão dos preços abusivos cobrados pelos hotéis da capital paraense.
“Não há como subsidiar delegações de países, inclusive de países mais ricos que o Brasil”, declarou a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, após reunião na sexta-feira com representantes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Em resposta ao pedido da ONU, o governo brasileiro solicitou que a própria organização eleve o valor que já oferece para custear diárias de diplomatas ao redor do mundo — o auxílio fica em torno de 250 dólares (1.355 reais) para estadias em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas não chega a 150 dólares (813 reais) para hospedagem em Belém.
No início de agosto, mais de vinte negociadores internacionais que participarão da COP-30 enviaram um documento ao Brasil pressionando o Planalto a intervir nos preços de hospedagem para a COP-30. Caso o problema não seja solucionado, a carta sugere que a conferência seja realizada em outro país. A pressão gerou uma crise entre o governo federal e a rede hoteleira de Belém e plataformas como AirBnb, Decolar e Booking, que vêm ignorando sucessivos pedidos do Ministério da Justiça para explicar a cobrança de cifras exorbitantes — há casos de proprietários exigindo mais de 1,5 milhão de reais por onze dias de estadia em um apartamento “quarto-e-sala” na capital paraense.
Em tentativa de solucionar a crise, a organização da COP-30 no Brasil anunciou, na sexta-feira, a criação de uma força-tarefa para abordar os preços abusivos em Belém. De acordo com o secretário extraordinário do evento, Valter Correia, 47 delegações diplomáticas já confirmaram reservas para comparecer à conferência, que ocorrerá entre os dias 10 e 21 de novembro.
Com informações da Agência Brasil.