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A doida homenagem da Rolls-Royce à lenda mais maluca da história do rock

Em meio à dura competição de excessos dos músicos na era de ouro do rock, Keith Moon (1946-1978) era uma espécie de hors concours. Poucos mostravam-se capazes de se igualar ao selvagem baterista do The Who. O grupo inglês cansou de ser expulso de hotéis onde ele explodia as portas, atirava televisores pelas janelas, mandava camas abaixo pelos elevadores, nadava pelado na piscina e mandava goela abaixo quase duas dezenas de margueritas em uma só tacada. No auge de seus problemas com o alcoolismo, no início dos anos 70, Moon consumia em média duas garrafas de champanhe e outras duas de brandy por dia, sempre misturando tudo isso com doses cavalares de drogas, lícitas e ilícitas.

A história mais famosa envolvendo o baterista teria ocorrido na festa para comemorar seus 21 anos. Segundo reza a lenda, Moon atirou um Rolls-Royce na piscina do hotel Holiday Inn, em Flint, no Michigan. Há dúvidas até hoje sobre a veracidade do fato. Independentemente disso, ele acabou se perpetuando como se fosse verdade e até recebeu uma homenagem do grupo Oasis na colagem de imagens capa do álbum Be Here Now, de 1979, na qual aparece um veículo da marca afundando numa piscina. 

Agora, foi a vez da própria Rolls-Royce pegar carona na história. De forma a lembrar a data do aniversário do roqueiro (Moon completaria 79 anos neste sábado, 23 de agosto), a fabricante dos sofisticados carros ingleses mergulhou na deslumbrante piscina de um hotel à beira do Canal da Mancha um Rolls-Royce Phantom EWB. Claro que a brincadeira não custou barato: o modelo é cotado a quase 4 milhões de reais.

FATO OU MENTIRA?

O que ajuda a alimentar a lenda é que existem sérias dúvidas até hoje se a história realmente aconteceu. Em uma entrevista à revista americana Rolling Stone, em 1972, Moon jurou que era tudo verdade, mas fez um reparo: o carro atirado na piscina era um Lincoln Continental. Segundo o baterista, o automóvel foi parar lá por acidente e ele escapou pela porta dianteira.

Na biografia publicada sobre o músico, Keith Moon — A vida e a morte de uma lenda do rock, de Tony Fletcher, de 1998, o autor é taxativo: o negócio foi uma lorota inventada pelo baterista como uma cereja de bolo em sua fama de maluco de plantão. De acordo com Fletcher, anos mais tarde, Moon criou de fato uma versão submersa de um Rolls-Royce, mas em circunstâncias completamente diferentes: isso ocorreu quando Moon deu uma desastrada ré em um modelo do tipo, que acabou indo parar em um lago perto da entrada de sua casa.

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Fim da história? Não. No ótimo documentário Amazing Journey, lançado em 2007, o vocalista do The Who, Roger Daltrey garante que o a história do Rolls-Royce na piscina realmente aconteceu. “Eu vi e nós pagamos a conta do prejuízo, de 50 000 dólares”, garantiu, mas fazendo a ressalva de que a lembrança era meio vaga. “Depois li na biografia que isso nunca aconteceu, então talvez eu esteja vivendo a vida de outra pessoa, não sei”, completou, irônico.

Em tempo: em 8 de setembro de 1978, Moon foi encontrado sem vida na cama de seu apartamento, em Londres. Segundo a autópsia, a morte foi causada por uma overdose de Haminevrin, um sedativo potente receitado para aliviar a vontade de consumir álcool. 

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