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Trump amplia demissões no Pentágono após divergências sobre ataques no Irã

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, demitiu nesta sexta-feira, 23, o tenente-general Jeffrey Kruse, diretor da Agência de Inteligência de Defesa (DIA, na sigla em inglês), além de dois outros comandantes de alto escalão das Forças Armadas. A decisão, confirmada por três autoridades americanas à agência de notícias Reuters, faz parte de série de demissões promovidas pelo governo Donald Trump no âmbito militar e de inteligência.

Ainda não está claro o motivo da saída de Kruse, mas a medida ocorre após o vazamento de uma avaliação preliminar da DIA sobre os ataques aéreos realizados em 22 de junho contra três instalações nucleares iranianas. O relatório indicava que os bombardeios atrasaram o programa nuclear do Irã apenas por alguns meses – um diagnóstico que contradizia a narrativa de Trump de que os alvos haviam sido destruídos. A divulgação não agradou a Casa Branca, que chamou o documento de “completamente errado” e intensificou ataques à imprensa.

Segundo fontes ouvidas pela Reuters, além de Kruse, foram afastados o chefe da reserva da Marinha e o comandante do Comando de Guerra Especial Naval. Nenhum deles teve a justificativa de demissão oficialmente divulgada.

O Congresso reagiu às decisões do governo. “A demissão de mais um alto funcionário de segurança nacional ressalta o hábito perigoso da administração Trump de tratar inteligência como um teste de lealdade, e não como um instrumento de proteção ao país”, afirmou o senador democrata Mark Warner, vice-presidente do Comitê de Inteligência do Senado.

Padrão de demissões

As demissões desta semana reforçam o padrão já observado ao longo do segundo mandato de Trump. Em abril, o general Timothy Haugh foi retirado do comando da Agência de Segurança Nacional (NSA), em meio a uma onda de substituições que atingiu mais de uma dezena de assessores do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca. Em fevereiro, Hegseth já havia exonerado o general da Força Aérea C.Q. Brown, então presidente do Estado-Maior Conjunto, junto com outros cinco almirantes e generais.

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O clima de instabilidade também afeta oficiais que permanecem nos cargos. Na última segunda-feira 19, o chefe da Força Aérea anunciou de surpresa que vai se aposentar antes de completar a metade de seu mandato.

Cortes e revogações

A movimentação no Pentágono coincide com mudanças no setor de inteligência. Dois dias antes da saída de Kruse, a diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, anunciou a revogação de 37 credenciais de segurança de atuais e ex-profissionais da área, cumprindo ordens diretas de Trump. O episódio se soma a dezenas de outras revogações feitas ao longo de seu governo, incluindo figuras como Joe Biden e Kamala Harris.

Na mesma semana, Gabbard também divulgou uma reestruturação ampla do seu gabinete: pretende cortar 40% do quadro até outubro, em uma medida que, segundo o governo, deve gerar economia de US$ 700 milhões anuais.

 

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