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Crianças participam de treinamento militar na Rússia: ‘Jogamos granadas de mão’

Dezenas de crianças aproveitaram as férias escolares na Rússia para participar de uma atividade nada comum: um acampamento militar, com soldados que lutaram na guerra na Ucrânia. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, 22, pela agência de notícias Reuters, que acompanhou os treinamentos enfrentados pela turma. A colônia, na região de Rostov, é reflexo de uma mentalidade de que os russos, desde pequenos, precisam dominar habilidades para eventuais conflitos e aprender mais sobre patriotismo.

Às margens do rio Don, crianças de 8 a 17 anos rastejaram na lama, em águas rasas, sob gritos de incentivo dos militares. Parte delas vestia uniformes camuflados, enquanto algumas carregavam armas de verdade. Um dos participantes, Ivan Glushchenko, 8, disse à Reuters que uma de suas partes preferidas foi quando atiraram “granadas de mão” e dispararam “tiros falsos”. Meninos mais velhos levaram o acampamento à sério, como uma espécie de preparação para o futuro.

“Por que estou aqui? É porque quero vincular meu futuro ao serviço militar. (Quero) servir meu país e ser leal à minha causa até o fim”, contou um deles, identificado apenas como Anton pela agência. 

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‘Treinamento patriótico’

Outro rapaz, David, disse que “marcha de rota” permitiu “descobrir o quão forte é a minha força de vontade”. Os instrutores afirmam que a experiência ajuda a construir uma resiliência nacional. Um deles, Alexander Shopin, que foi ferido na Ucrânia e aguarda cirurgia, teve um duplo papel: conduzir as crianças e ensinar a própria filha, que fez parte da colônia. Ele disse que gosta de transmitir sua “experiência às crianças”, acrescentando: “Dá para ver como uma família se forma a partir delas”.

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Críticos, contudo, interpretam o acampamento como forma de propaganda e doutrinação. Mas o instrutor Vladimir Yanenko contrapôs as ressalvas, alegando que a turma extraiu “compreensão e conhecimento” da experiência. O russo destacou que “o treinamento patriótico é muito importante” e que as crianças “não querem ficar em becos”, sendo o acampamento “mais divertido” do que as outras opções.

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