O relatório de indiciamento de Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro afirma que o ex-presidente cogitou pedir asilo político à Argentina para escapar das ações criminais que correm contra ele na Justiça brasileira. Foi encontrada uma minuta, sem data e sem assinatura, com um pedido de asilo direcionado ao país de Javier Milei. Os advogados do ex-presidente disseram nesta quinta, 21, que a mudança para a Argentina foi apenas uma sugestão feita por um aliado e negaram que Bolsonaro tenha violado qualquer cautelar imposta pela Justiça.
Segundo apuração da coluna Radar, de VEJA, a ideia de pedir asilo à Argentina partiu do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que é o filho mais velho do ex-presidente. Uma fonte próxima da família Bolsonaro disse que o próprio Flávio é quem teria começado a por a ideia no papel — lugar de onde o plano nunca saiu. Os advogados de Bolsonaro terão até a noite de sexta para explicar ao Supremo se ele pretendia ou não fugir do país.
Depois disso, o inquérito vai para o gabinete do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que tem três caminhos: arquivar o caso, oferecer denúncia ou pedir que a Polícia Federal produza mais provas. O relatório de indiciamento tem 170 páginas e vincula Bolsonaro e o Zero Três a crimes que podem render doze anos de prisão.
Nos últimos minutos da quarta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou o ECA Digital, uma lei que protege crianças e adolescentes na internet. O texto, que já passou no Senado e agora segue para sanção ou veto do presidente Lula, obriga as plataformas a controlarem a idade dos usuários das redes sociais e os conteúdos que chegam a eles.