O presidente da Rússia, Vladimir Putin, convidou seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, para uma reunião bilateral em Moscou. A proposta foi feita na segunda-feira, 18, durante uma ligação com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas acabou rejeitada pelo líder ucraniano, segundo informações da agência de notícias AFP.
Fontes diplomáticas afirmam que Putin sugeriu o encontro logo após a cúpula realizada em Washington, que reuniu Trump, Zelensky e líderes europeus, como Emmanuel Macron, da França, Keir Starmer, do Reino Unido, e Friedrich Merz, da Alemanha. A reunião teve como foco a discussão de um possível cessar-fogo na guerra que já dura mais de três anos.
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Zelensky, que nos últimos dias reiterou estar disposto a dialogar com Moscou, recusou a proposta, argumentando que qualquer encontro bilateral só faria sentido em terreno neutro. Sob esse argumento, a Suíça se disponibilizou nesta terça-feira para sediar uma cúpula de paz entre a Rússia e a Ucrânia. O ministro das Relações Exteriores suíço, Ignazio Cassis, disse que seu país concederia imunidade ao presidente russo caso ele comparecesse, já que é alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) por acusações de crimes de guerra.
Quem primeiro levantou a ideia da Suíça sediar o encontro foi o presidente da França, Emmanuel Macron. Numa entrevista nesta terça-feira ao canal de notícias francês LCI, após participar de reuniões na Casa Branca sobre a Ucrânia, ele afirmou que o ideal seria Putin e Zelensky se encontrarem em “um país neutro”. “Estou pressionando por Genebra”, disse Macron.
Cassis garantiu que a Suíça estava totalmente preparada para sediar a reunião e destacou a longa experiência do país, militarmente neutro, na área. Admitindo que a relação de seu país com a Rússia esfriou depois que Genebra decidiu igualar as sanções impostas pela vizinha União Europeia diante da invasão à Ucrânia em fevereiro de 2022, ele afirmou, no entanto, que “reiterou constantemente a disposição” de organizar cúpulas do tipo durante seus contatos com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, nos últimos meses.
“Disseram-me que, desde que a Suíça adotou sanções europeias, eles naturalmente perderam parte do desejo de realizar (o encontro) na Suíça”, declarou, embora o Ministério das Relações Exteriores já tenha reiterado a Moscou que isenções a restrições de viagem estão previstas pela lei e por acordos internacionais.
Putin visitou Genebra pela última vez para um encontro com o então presidente americano, Joe Biden, em junho de 2021. As negociações bilaterais mais recentes entre a Rússia e a Ucrânia ocorreram em Istambul, uma vez que a Turquia é considerada mais amigável por Moscou, apesar de ser membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).