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Sánchez pede pacto climático nacional enquanto incêndios devastam a Espanha e Portugal

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, defendeu neste domingo (17) a criação de um pacto nacional para enfrentar a emergência climática, em meio a incêndios florestais que avançam por diversas regiões do país.

Falando em Orense, na Galícia, uma das áreas mais atingidas pelas chamas, Sánchez alertou que o mundo enfrenta uma crise “cada vez mais acelerada, mais grave e mais frequente, especialmente em lugares como a Península Ibérica”.

Segundo ele, o objetivo é lançar um grande pacto nacional de mitigação e adaptação à crise climática, capaz de unir diferentes esferas de governo e deixar de lado as disputas partidárias.

“Trata-se de um pacto que deve ser baseado na ciência e que retire a emergência climática da briga política”, afirmou o premiê.

Espanha sob risco extremo

Nas últimas semanas, ondas de calor extremas transformaram florestas, matas e plantações em combustível seco para as chamas, potencializadas por ventos fortes.

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Quase todo o território espanhol esteve em alerta máximo para incêndios neste fim de semana, com termômetros que chegaram a 44 °C em algumas localidades. Milhares de pessoas tiveram de ser evacuadas.

O governo espanhol já mobilizou 1.400 militares no combate direto aos focos e outros 2.000 em missões de apoio, além de 450 equipamentos de combate às chamas. Sánchez anunciou ainda o envio de mais 500 soldados.

Apesar disso, a tragédia virou motivo de disputa política. As regiões mais afetadas — Galícia, Castela e Leão e Extremadura — são governadas pelo Partido Popular, de oposição, em coalizão com a extrema direita do Vox, que frequentemente questiona a ciência do clima.

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Solidariedade europeia

O premiê agradeceu a ajuda de países como França, Itália, Alemanha, Eslováquia e Holanda no combate aos incêndios, classificando a operação como “provavelmente o maior esforço já visto na história do mecanismo europeu de proteção civil”.

Sánchez prometeu apresentar no mês que vem um plano para reforçar a coordenação nacional em casos de desastres climáticos, de modo a preparar o país para eventos extremos cada vez mais recorrentes.

Europa, o continente que mais se aquece

Os incêndios na Espanha refletem uma tendência mais ampla: a Europa é hoje o continente que mais rápido se aquece no planeta. Desde 1990, as temperaturas médias aumentaram quase o dobro da média global, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial.

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Esse aquecimento acelerado tem intensificado ondas de calor, secas, tempestades violentas e incêndios florestais em várias regiões. Só nos últimos anos, o continente registrou episódios marcantes, como as inundações devastadoras na Alemanha e na Bélgica em 2021, a seca histórica de 2022 que comprometeu a navegação no rio Reno e as queimadas recordes na Grécia em 2023.

No sul europeu, Espanha, Portugal e Itália estão entre os países mais vulneráveis. A combinação de altas temperaturas, seca prolongada e ventos fortes cria condições ideais para incêndios, que a cada verão se tornam mais intensos e destrutivos.

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